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Azarão, Palmeiras acorda e empata com São Paulo
Após briga de torcidas na chegada ao estádio, time corre como não fazia com Leão e empata, mas gol beneficia equipe do Morumbi para o 2º jogo
MÁRVIO DOS ANJOS
PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A lógica dos últimos dias apontava até para um massacre. Mas o
clássico honrou sua patente.
Em vez do sonolento futebol da
era Emerson Leão, o Palmeiras
correu muito, equilibrou o confronto e empatou em 1 a 1 com o
São Paulo, no Parque Antarctica,
nas oitavas da Libertadores.
O jogo foi marcado por muitas
brigas e confusões antes de a bola
rolar, levando pânico às ruas próximas ao estádio, mesmo com
menos de 20 mil pagantes.
Com um técnico estreante e sem
fama e jogadores como Wendel e
Márcio Careca, o Palmeiras-2006
até teve chances para vencer o rival, o que nem sua "Academia"
dos anos 70 e o milionário elenco
dos tempos da Parmalat conseguiram fazer na Libertadores.
Agora são sete partidas entre os
dois times pela competição continental, com cinco triunfos são-paulinos e dois empates.
O vice-presidente, José Cyrillo
Jr., aplaudiu a disposição da equipe. "O time jogou mais leve, não
houve discussão entre os jogadores", disse um dos antagonistas
do recém-saído Leão.
Viu também o renascimento de
um Edmundo mais próximo do
"Animal" de 1993 do que o jogador domesticado da era Leão. Bateu boca com os rivais e com o juiz
Carlos Eugênio Simon já no primeiro minuto. Ajudou na marcação e saiu de campo provocando
o lateral-esquerdo Júnior, do São
Paulo, que dissera só temer o Barcelona no futebol mundial. De
quebra, alfinetou Emerson Leão.
"A saída dele jogou o astral de todo mundo pra cima"
Só que, mesmo quando fez o
que parecia impossível, o Palmeiras pouco lucro teve em termos de
seu futuro na competição.
O jogo da volta acontece na próxima quarta-feira, desta vez no
Morumbi. Quem ganhar sobrevive. Mas, com seu gol como visitante, um 0 a 0 basta para o São
Paulo avançar às quartas-de-final.
Na sua estréia, o técnico Marcelo Vilar escalou o Palmeiras de
uma forma diferente da que havia
treinado a equipe. Com a entrada
do novato Wendel, o time tinha
três volantes e apenas Marcinho
na criação -Juninho começou
no banco de reservas.
Outra mudança foi na base da
superstição. Como fazia Vanderlei Luxemburgo na sua primeira
passagem pelo Parque Antarctica,
o Palmeiras trocou a cor das suas
meias -no lugar do tradicional
verde, entrou de branco por determinação de seu presidente,
Afonso della Monica. Quando
quebrou o jejum de títulos em
1993, também foi nesse modelito.
As "invenções" não funcionaram no início. Nervoso, o Palmeiras nada criava e ainda deixava
grandes espaços na sua defesa.
Em um deles, aos 23min, o paraguaio Gamarra falhou, e a bola
sobrou para Aloísio abrir o placar.
Em desvantagem, o Palmeiras
ensaiou uma tímida reação, mas
faltava qualidade para ameaçar a
meta defendida por Rogério.
Assim, para empatar o duelo o
Palmeiras também precisou contar com uma trapalhada. Depois
de cruzamento, Fabão cabeceou.
Ao seu lado estava Souza, que saltou com o braço erguido, e a bola
tocou nele. Simon deu pênalti.
Edmundo marcou, ao 37min.
O segundo tempo foi mais equilibrado, mesmo depois que Vilar
fez outra substituição inusitada.
Tirou Washington, seu único homem real de área, para a entrada
de Juninho, que voltava de lesão.
Os últimos minutos foram dramáticos. Houve boas chances para os dois lados, mas a igualdade
se manteve, deixando em aberto a
série, cujo vencedor irá desafiar
na próxima fase Estudiantes ou
Goiás -os argentinos ganharam
a primeira partida, anteontem,
em casa, por 2 a 0.
Antes da volta pela Libertadores, os times jogam no Brasileiro.
O São Paulo recebe o Santa Cruz
no sábado. O Palmeiras pega em
casa o Santos no domingo.
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