São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2006

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Azarão, Palmeiras acorda e empata com São Paulo

Após briga de torcidas na chegada ao estádio, time corre como não fazia com Leão e empata, mas gol beneficia equipe do Morumbi para o 2º jogo

MÁRVIO DOS ANJOS
PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A lógica dos últimos dias apontava até para um massacre. Mas o clássico honrou sua patente.
Em vez do sonolento futebol da era Emerson Leão, o Palmeiras correu muito, equilibrou o confronto e empatou em 1 a 1 com o São Paulo, no Parque Antarctica, nas oitavas da Libertadores.
O jogo foi marcado por muitas brigas e confusões antes de a bola rolar, levando pânico às ruas próximas ao estádio, mesmo com menos de 20 mil pagantes.
Com um técnico estreante e sem fama e jogadores como Wendel e Márcio Careca, o Palmeiras-2006 até teve chances para vencer o rival, o que nem sua "Academia" dos anos 70 e o milionário elenco dos tempos da Parmalat conseguiram fazer na Libertadores.
Agora são sete partidas entre os dois times pela competição continental, com cinco triunfos são-paulinos e dois empates.
O vice-presidente, José Cyrillo Jr., aplaudiu a disposição da equipe. "O time jogou mais leve, não houve discussão entre os jogadores", disse um dos antagonistas do recém-saído Leão.
Viu também o renascimento de um Edmundo mais próximo do "Animal" de 1993 do que o jogador domesticado da era Leão. Bateu boca com os rivais e com o juiz Carlos Eugênio Simon já no primeiro minuto. Ajudou na marcação e saiu de campo provocando o lateral-esquerdo Júnior, do São Paulo, que dissera só temer o Barcelona no futebol mundial. De quebra, alfinetou Emerson Leão. "A saída dele jogou o astral de todo mundo pra cima"
Só que, mesmo quando fez o que parecia impossível, o Palmeiras pouco lucro teve em termos de seu futuro na competição.
O jogo da volta acontece na próxima quarta-feira, desta vez no Morumbi. Quem ganhar sobrevive. Mas, com seu gol como visitante, um 0 a 0 basta para o São Paulo avançar às quartas-de-final.
Na sua estréia, o técnico Marcelo Vilar escalou o Palmeiras de uma forma diferente da que havia treinado a equipe. Com a entrada do novato Wendel, o time tinha três volantes e apenas Marcinho na criação -Juninho começou no banco de reservas.
Outra mudança foi na base da superstição. Como fazia Vanderlei Luxemburgo na sua primeira passagem pelo Parque Antarctica, o Palmeiras trocou a cor das suas meias -no lugar do tradicional verde, entrou de branco por determinação de seu presidente, Afonso della Monica. Quando quebrou o jejum de títulos em 1993, também foi nesse modelito.
As "invenções" não funcionaram no início. Nervoso, o Palmeiras nada criava e ainda deixava grandes espaços na sua defesa.
Em um deles, aos 23min, o paraguaio Gamarra falhou, e a bola sobrou para Aloísio abrir o placar.
Em desvantagem, o Palmeiras ensaiou uma tímida reação, mas faltava qualidade para ameaçar a meta defendida por Rogério.
Assim, para empatar o duelo o Palmeiras também precisou contar com uma trapalhada. Depois de cruzamento, Fabão cabeceou. Ao seu lado estava Souza, que saltou com o braço erguido, e a bola tocou nele. Simon deu pênalti. Edmundo marcou, ao 37min.
O segundo tempo foi mais equilibrado, mesmo depois que Vilar fez outra substituição inusitada. Tirou Washington, seu único homem real de área, para a entrada de Juninho, que voltava de lesão.
Os últimos minutos foram dramáticos. Houve boas chances para os dois lados, mas a igualdade se manteve, deixando em aberto a série, cujo vencedor irá desafiar na próxima fase Estudiantes ou Goiás -os argentinos ganharam a primeira partida, anteontem, em casa, por 2 a 0.
Antes da volta pela Libertadores, os times jogam no Brasileiro. O São Paulo recebe o Santa Cruz no sábado. O Palmeiras pega em casa o Santos no domingo.


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