DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco anos depois de desembarcar na Europa, o brasileiro Ronaldinho, 26, vai enfim saber o gosto de jogar uma final de um certame de clubes no continente.
Com um empate sem gols com o Milan, diante de 95 mil torcedores no Camp Nou, o Barcelona garantiu vaga para enfrentar o Arsenal no próximo dia 17, em Paris, na final da Copa dos Campeões. Será um duelo de invictos.
O time inglês nunca venceu a competição, e o Barcelona tem apenas uma taça, ganha em 1992.
O resultado acabou com uma longa espera de Ronaldinho. Seja pelo Paris Saint-Germain ou pelo próprio Barcelona, ele sempre havia falhado na tentativa de levar seu time a uma final da Copa da Uefa ou da Copa dos Campeões.
A classificação chegou no mesmo dia em que ele foi elogiado pelo francês Zidane, que anunciou anteontem sua aposentadoria para depois da Copa do Mundo. O meia se disse tranqüilo em deixar os gramados porque Ronaldinho continuaria neles.
No último capítulo antes da decisão, Ronaldinho novamente deu passes precisos, mas as falhas de finalizações do camaronês Eto"o e as defesas de Dida, em grande atuação, tornaram a classificação catalã apertada.
O time entrou em campo com a vantagem de 1 a 0 obtida na Itália. No fim, mesmo com Kaká baleado, os italianos foram para o ataque, e o apito final foi um grande alívio para o clube espanhol.
"Aprendemos no ano passado que devemos defender para segurar um resultado", afirmou Eto'o.
Na decisão européia, o Barcelona tem a chance de fazer uma dobradinha, já que possui ampla vantagem no Espanhol -o título pode chegar neste fim de semana.
Se o confronto de ontem teve final feliz para Ronaldinho, ele foi trágico para os brasileiros do Milan. Depois da derrota para o Liverpool nos pênaltis na final do ano passado, Dida, Cafu e Kaká novamente sentiram o gosto amargo de uma eliminação na Copa dos Campeões.
O time italiano reclamou da anulação de um gol feito pelo ucraniano Shevchenko -o juiz marcou falta discutível dele sobre o zagueiro Puyol. "O lance foi legal", protestou Carlo Ancelotti, o técnico milanista.
Com o avanço do Barcelona, Carlos Alberto Parreira tem mais motivos para se preocupar.
Ele não esconde o temor que a maratona por que passa Ronaldinho atrapalhe o jogador no Mundial da Alemanha. A final em Paris acontece apenas cinco dias antes do início dos treinamentos da seleção, na Suíça. Parreira planejava que antes da preparação todos os jogadores tivessem pelo menos uma semana de folga.


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