|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ele é o cara
Na decisão, Valdivia encanta e irrita
Campeão de cartões amarelos no Paulista, chileno abre decisão contra a Ponte para tirar Palmeiras de fila de 12 anos
Árbitros e rivais perdem a paciência com o meia, que seduz torcedores e provoca polêmica sem fim no país que o acolheu em 2006
Antônio Gaudério/Folha Imagem
|
|
Valdivia, autor de oito gols e mais visado jogador do Palmeiras
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o bem e para o mal, o
chileno Valdivia, 24, é a cara do
Paulista-2008, que abre sua decisão às 16h de hoje, com o primeiro jogo entre Ponte Preta e
Palmeiras, no Moisés Lucarelli.
No duelo que ou vai tirar o time da capital de uma fila de 12
anos na competição ou dar à
centenária equipe campineira
seu primeiro título importante,
o meia mais uma vez vai colocar
em campo o seu comportamento, que gera ao mesmo tempo
desconforto e prazer.
No primeiro caso estão adversários, como o goleiro são-paulino Rogério, e árbitros.
Os rivais não dão trégua para
o cabeludo chileno. Segundo o
Datafolha, Valdivia é o jogador
mais caçado do Paulista, com
6,8 faltas recebidas por jogo.
Com os juízes, tampouco tem
vida fácil: ele já garantiu o título
de recordista de cartões amarelos -foram 11 em 18 partidas.
Desde que chegou ao Brasil,
disputou dois Brasileiros e dois
Paulistas. Neles, Valdivia somou quase o dobro de amarelos
(33) do que gols marcados (18).
As súmulas dos confrontos
atestam que seu "prontuário" é
variado. Valdivia foi advertido
com o amarelo por seis motivos
diferentes, incluindo cinco advertências por "atitude inconveniente" -é o recordista nesse
item no país nos últimos anos.
Na lista, ainda aparecem
amarelos por reclamação, simulação, gestos direcionados
aos árbitros, entradas desleais e
evitar o reinício do jogo.
"A maioria dos cartões que eu
tomei foi boba. Bobo sou eu,
que fico reclamando", afirma
Valdivia, que foi assunto durante quase toda a semana no
clube campineiro.
"Além de jogar, ele sabe fazer
isso [provocar]", diz Sérgio
Guedes, o técnico da Ponte.
Mas o mesmo jogador que irrita proporcionou alguns dos
mais belos momentos do Paulista, no qual, enfim, mostrou
jeito de artilheiro. Ele já marcou oito gols, seu recorde em
uma competição no Brasil.
Desde que chegou ao país,
Valdivia sempre esteve no top 5
dos dribles nos torneios acompanhados pelo Datafolha.
"Costumo dizer que prego
que se destaca é martelado. Os
rivais se preocupam com ele e,
muitas vezes, ele é caçado", declara Gustavo Caetano Rogério,
ex-comandante da arbitragem
do futebol paulista.
Hoje, Valdivia novamente
entra em campo pendurado.
Promete se comportar.
"Não quero ver o segundo jogo da arquibancada. Quero ser
campeão no campo", diz o
meia, suspenso por motivos
disciplinares pela seleção de
seu país e cotado para jogar na
Europa no meio da temporada.
Por ter a melhor campanha, o
Palmeiras tem a vantagem do
empate contra a Ponte.
O segundo jogo da decisão está marcado para o próximo domingo, também às 16h, no Parque Antarctica, na capital.
Não há mais ingressos para o
duelo de hoje, que terá pouco
mais de 18 mil torcedores. Do
lado do Palmeiras serão só convidados da diretoria e membros
de torcidas organizadas, fãs incondicionais de Valdivia. No
entanto, haverá quase 16 mil
ponte-pretanos para irritar
Valdivia no Moisés Lucarelli.
(PAULO COBOS, RENAN CACIOLI, RICARDO VIEL E TONI ASSIS)
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: "A Ponte não fará papel de coadjuvante", diz técnico Índice
|