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Copa 2006
Invasões e assédio de fãs atrapalham treino do Brasil
Segurança de equipe nacional é posta em xeque com ao
menos 5 invasões de torcedores ao campo de treinamento
Presença da seleção traz
aglomerações, brigas de bar
e roubos à tranqüila Weggis,
cuja delegacia funcionava
apenas 2 vezes por semana
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A WEGGIS
A sensação de que a qualquer
momento a seleção brasileira
poderia enfrentar problemas
em seu campo de treinamento
transformou-se em realidade
ontem com uma série de invasões ao gramado no final dos
trabalhos da tarde em Weggis.
Após a brasileira Sheila Soares entrar no campo e se jogar
em cima de Ronaldinho, outra
torcedora e ao menos mais três
rapazes correram em direção
dos jogadores para assediá-los.
Além da falha na segurança, a
polícia demorou a agir e ainda
houve tempo para que um senhor com duas crianças entrasse. Porém os três ficaram sentados no banco de reservas.
Pivô da confusão, o meia-atacante não se mostrou chateado
com o assédio dos fãs. ""Temos
que fazer de tudo para manter
uma certa ordem e continuar a
preparação", disse, sorrindo.
O episódio mostra a dificuldade de Carlos Alberto Parreira
para encontrar a tranqüilidade
que busca. E a facilidade com
que Weggis vai perdendo sua
calma habitual. Desde a chegada da seleção, seus moradores
passaram a conviver com brigas em bares, aglomerações nos
arredores do estádio e até roubos. Dois computadores e uma
câmera digital foram levados
ontem da sala de imprensa.
Um caminhão da Nike, patrocinadora da seleção, foi arrombado na madrugada de ontem. Foram levadas 20 camisas. O prefeito de Weggis, Kaspar Widmer, disse não se lembrar do último roubo registrado na cidade: uma única delegacia funcionava duas vezes por
semana até a chegada do time.
Por pouco as más notícias
não aumentaram na saída do
ônibus da delegação, cercado
por crianças que se acotovelavam em volta do veículo, com o
risco de serem atropeladas.
Apesar de logo na chegada à
cidade, na última segunda, Parreira ter dito que a seleção não
tinha calma em Weggis e ameaçado tirar a equipe de lá, o treinador minimizou os acontecimentos de ontem. Hoje, a seleção volta a treinar na Termoplan Arena. Segundo a CBF,
sem aumento de seguranças.
Pelo menos em público, os
jogadores reagiram com bom
humor ao episódio. Assim que
Sheila se jogou sobre Ronaldinho, que estava deitado no gramado, Robinho cobriu a dupla
com colchonete usado pelos
atletas sobre a grama.
Em seguida, uma amiga de
Sheila não identificada entrou
no campo e tentou agarrar
Adriano. A situação esteve perto de fugir do controle dos policiais com a invasão dos outros
três torcedores -um turco e
dois albaneses. ""O meu sonho
era agarrar o Ronaldinho. Não
estou arrependida. Faria tudo
de novo", disse Sheila, 30,
quando era levada por policiais
para uma patrulha. A brasileira
disse ter uma loja de roupas em
Eschenbach, perto de Zurique.
Ela e os outros três torcedores (estes aparentemente bêbados) foram levados para a delegacia da cidade, sendo liberados cerca de 30 minutos depois
da confusão. Não precisaram
pagar multa. Pouco depois, o albanês identificado como Emli
Dezemaili, 20, um dos invasores do gramado, foi preso. Ele
ficou na portaria da delegacia
xingando os policiais. Ficaria
preso até a manhã de hoje.
""Peço desculpa. Mas fiquei
muito excitado ao ver o Ronaldinho e não resisti após ver outros torcedores entrando no
gramado sem problemas", disse o turco que se identificou
apenas como Emre, 19.
Os três disseram ser jogadores amadores de equipes do futebol suíço. Todos eles moram
próximos a Zurique.
A brasileira deixou a delegacia de ambulância. Ela teve
uma crise de asma logo após a
corrida em direção a Ronaldinho. O capitão da polícia do
cantão de Lucerna, Willy Eicher, recusou-se a comentar os
incidentes. Também tentou
evitar filmagem da bagunça.
Parreira declarou que os incidentes não atrapalham os treinos do sua seleção.
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