São Paulo, sábado, 27 de maio de 2006

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Copa 2006

Tecnologia derruba refúgio do time

Com celulares e internet, atletas resolvem questões pessoais e rompem isolamento almejado por Parreira

Roberto Carlos negocia transferência, Robinho cuida de ingressos, Ronaldinho e Ronaldo se ocupam com seus sites


DOS ENVIADOS A WEGGIS

O isolamento da seleção brasileira no Park Hotel Weggis de pouco adiantou para deixar os jogadores concentrados apenas na Copa do Mundo. Com o celular ligado na maior parte do tempo e acesso à internet, eles se preocupam com temas que vão desde arrumar ingressos para parentes à trocas de clube.
Roberto Carlos é um dos que mais têm motivos para ter o pensamento longe dos adversários ou da maneira de jogar do Brasil. Ele está em plena negociação com o Chelsea. Não trata diretamente do assunto, mas acompanha as tratativas do empresário português Jorge Mendes com o clube inglês.
Pouco antes de sair do Brasil, o lateral-esquerdo, que administrava sozinho a sua carreira, entregou uma procuração ao agente, responsável também pelos negócios de José Mourinho, técnico do Chelsea.
"Nas próximas três semanas devemos ter uma resposta dos ingleses", afirmou o jogador. Ou seja, ele definirá seu futuro já em meio à Copa.
Também às vésperas do embarque para a Suíça, ele se reuniu com seus advogados e cuidou de uma ação movida por sua ex-mulher. Ela recorrera na Justiça para pedir uma pensão, independentemente da que Roberto já paga aos seus três filhos. Ele saiu vitorioso.
Zé Roberto é outro que vive a expectativa de anunciar em breve uma nova equipe. Já definiu que não retornará ao Bayern de Munique após o Mundial. Acerta detalhes com o novo clube, mas não revela qual é.
Alguns dos comandados de Carlos Alberto Parreira gastam os últimos dias antes da estréia na competição com assuntos menos complexos.
Robinho, por exemplo, receberá em Weggis, entre amanhã e segunda, um membro de seu estafe. Dará a ele ingressos para parentes e amigos irem aos jogos. Todos os atletas têm direito a uma cota de ingressos.
Como alguns colegas, Robinho ajuda seus assessores a definir os detalhes da estada dos pais na Alemanha.
Recentemente, parte dos convocados, entre eles os dois principais astros do Brasil, voltaram suas atenções para o mesmo assunto: seus sites oficiais. Ronaldinho e Ronaldo lançaram suas páginas no mesmo dia, às vésperas do embarque para Weggis. Os responsáveis pelas carreiras de ambos esforçam-se para que percam o menor tempo possível com o projeto, mas eles são insubstituíveis em algumas missões, como prestar depoimentos.
Ronaldo deverá receber na próxima semana um brasileiro que esteve na Dinamarca aperfeiçoando-se com a equipe responsável pelo site do atacante. O jogador terá de dar atenção ao funcionário, que cuidará de expor na página parte de sua rotina na seleção brasileira.
Nos últimos dias, a Folha acompanhou a facilidade com que quatro procuradores entraram em contato com seus jogadores. Bastaram alguns minutos para comunicarem-se com os clientes pelo telefone.
Até Carlos Alberto Parreira arrumou espaço na agenda pré-Copa para lançar um livro e fazer palestras. Hoje, porém, o treinador e seus atletas têm um bom motivo para deixar outras preocupações de lado. Na tarde suíça, a seleção fará o primeiro coletivo. (PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


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