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Palmeiras perde mandos por episódio do gás tóxico
Punição de duas partidas mais multa de R$ 10 mil é válida apenas no Estadual
Pena é quase a mínima no
artigo em que o clube
alviverde foi condenado;
decisão de recorrer da
sentença deve sair hoje
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras foi condenado
ontem a pagar multa de R$ 10
mil e à perda de dois mandos de
jogo pelo incidente envolvendo
um gás tóxico no vestiário usado pelo São Paulo no segundo
confronto da semifinal do Paulista, no dia 20 de abril.
A decisão de punir o clube
por infração ao artigo 213 do
CBJD (Código Brasileiro de
Justiça Desportiva) foi unânime. Os três auditores da 1ª Comissão Disciplinar do TJD
(Tribunal de Justiça Desportiva) divergiram apenas no tamanho da pena.
Prevaleceu a punição mais
branda, proposta pelo relator
do caso, Luís Antônio Martinez
Vidal. A sanção mínima prevista no artigo em questão é multa
de R$ 10 mil e perda de mando
de um jogo. O cumprimento da
decisão, da qual cabe recurso, é
no mesmo torneio em que houve a infração, ou seja, no Campeonato Paulista.
O auditor Alberto Bugarib
votou por cinco partidas e multa de R$ 50 mil.
Presidente da comissão, o
auditor Acyr José de Almeida
qualificou o episódio como "algo do tempo das cavernas, pois
nem na várzea hoje em dia se
pratica algo dessa natureza",
mas acompanhou o relator
quanto à pena.
Presente ao julgamento, o diretor de futebol do Palmeiras
Savério Orlandi saiu descontente com a condenação. Ele
reclamou do fato de não ter sido considerado um "relatório
preliminar de investigação" da
polícia, que, apesar de inconclusivo, indica que o gás foi espargido de dentro do vestiário
usado pelo São Paulo.
"Achava que o Tribunal ia
aceitar a defesa. Vamos analisar as medidas com o presidente Affonso della Monica e com o
vice Gilberto Cipullo. Temos
fundamento para entrar com
recurso e amanhã [hoje] pode
haver uma definição quanto a
isso", afirmou Orlandi.
Nenhum dos pedidos de Luís
Roberto Martins Castro, advogado do Palmeiras, foram acatados. Ele quis extinção do processo sem julgamento do mérito, absolvição ou mudança do
enquadramento, para um artigo de pena mais leve.
Apesar de o São Paulo não ser
uma parte do processo -é ação
da procuradoria contra o Palmeiras-, o clube do Morumbi
mandou advogado, que teve
voz no julgamento.
Ele insistiu que o gás não partiu de nenhuma pessoa ligada à
delegação são-paulina e que insinuações nesse sentido, calcadas em um relatório policial
preliminar e inconclusivo,
questionam a honra do clube.
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