São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Palmeiras perde mandos por episódio do gás tóxico

Punição de duas partidas mais multa de R$ 10 mil é válida apenas no Estadual

Pena é quase a mínima no artigo em que o clube alviverde foi condenado; decisão de recorrer da sentença deve sair hoje


LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras foi condenado ontem a pagar multa de R$ 10 mil e à perda de dois mandos de jogo pelo incidente envolvendo um gás tóxico no vestiário usado pelo São Paulo no segundo confronto da semifinal do Paulista, no dia 20 de abril.
A decisão de punir o clube por infração ao artigo 213 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) foi unânime. Os três auditores da 1ª Comissão Disciplinar do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) divergiram apenas no tamanho da pena.
Prevaleceu a punição mais branda, proposta pelo relator do caso, Luís Antônio Martinez Vidal. A sanção mínima prevista no artigo em questão é multa de R$ 10 mil e perda de mando de um jogo. O cumprimento da decisão, da qual cabe recurso, é no mesmo torneio em que houve a infração, ou seja, no Campeonato Paulista.
O auditor Alberto Bugarib votou por cinco partidas e multa de R$ 50 mil.
Presidente da comissão, o auditor Acyr José de Almeida qualificou o episódio como "algo do tempo das cavernas, pois nem na várzea hoje em dia se pratica algo dessa natureza", mas acompanhou o relator quanto à pena.
Presente ao julgamento, o diretor de futebol do Palmeiras Savério Orlandi saiu descontente com a condenação. Ele reclamou do fato de não ter sido considerado um "relatório preliminar de investigação" da polícia, que, apesar de inconclusivo, indica que o gás foi espargido de dentro do vestiário usado pelo São Paulo.
"Achava que o Tribunal ia aceitar a defesa. Vamos analisar as medidas com o presidente Affonso della Monica e com o vice Gilberto Cipullo. Temos fundamento para entrar com recurso e amanhã [hoje] pode haver uma definição quanto a isso", afirmou Orlandi.
Nenhum dos pedidos de Luís Roberto Martins Castro, advogado do Palmeiras, foram acatados. Ele quis extinção do processo sem julgamento do mérito, absolvição ou mudança do enquadramento, para um artigo de pena mais leve.
Apesar de o São Paulo não ser uma parte do processo -é ação da procuradoria contra o Palmeiras-, o clube do Morumbi mandou advogado, que teve voz no julgamento.
Ele insistiu que o gás não partiu de nenhuma pessoa ligada à delegação são-paulina e que insinuações nesse sentido, calcadas em um relatório policial preliminar e inconclusivo, questionam a honra do clube.


Texto Anterior: Jejum de gols: Atacante se diz tranqüilo
Próximo Texto: Mudança: Kléber deverá voltar à equipe
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.