São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009 |
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TOSTÃO Dia de ver bom futebol
HOJE NÃO é só dia de muito futebol. É dia de ver bom, excelente futebol, no Brasil e na Europa. Vou colocar meu cachecol que comprei no estádio do Barcelona e torcer para o time catalão contra o Manchester United. Torço pelo Barcelona porque gosto da cidade inquieta, que tem uma história de luta contra a ditadura. Torço pelo Barcelona porque é o único clube do mundo que, em vez de vender milhares de anúncios na camisa e no calção, paga para ter o nome do Unicef na camisa. Torço para o Barcelona, principalmente, porque é o time que joga mais bonito. O Manchester tem um pouco mais chance de vencer. É um time muito forte em todos os setores e mais capaz de alternar a escalação e a estratégia de jogo. O Barcelona não terá Daniel Alves. Se não jogarem Iniesta e/ou Henry, o time fica muito mais fraco. Antes, o Manchester jogava com duas linhas de quatro e uma dupla de atacantes. Hoje, o time tem atuado mais com três no meio, um atacante de cada lado, que também voltam para marcar, e um centroavante. Gosto mais da formação anterior. O Barcelona atua, há muito tempo, com apenas um volante somente defensivo, dois armadores que marcam e avançam e uma linha de três na frente. Como os dois atacantes pelos lados voltam pouco para desarmar, e a equipe marca mais na frente, deixa mais espaços na defesa. O Barcelona é um desses times capazes de grandes exibições, de golear e, às vezes, de ser goleado. Vamos ver também excelente jogo no Mineirão. O Cruzeiro, com seu estilo mais leve e com grande repertório de jogadas ofensivas, vai enfrentar o São Paulo, uma equipe mais pesada, de mais marcação e de poucas e eficientes jogadas de ataque. Antes, o São Paulo jogava feio e/ou mal e vencia. Agora, joga feio e/ou mal e vence menos. Mesmo assim, é forte candidato ao título da Libertadores. E o bom futebol não para. Corinthians e Internacional têm um pouco mais de chance de fazer a final da Copa do Brasil do que Vasco e Coritiba. O Inter possui o melhor trio ofensivo do Brasil. O Corinthians não é o melhor time do país, pois não tem tanta qualidade individual, ainda mais sem Ronaldo, mas é a equipe que joga o melhor futebol coletivo. Mano Menezes sabe bem que é muito difícil enfrentar um grande clube que está na segunda divisão. O Vasco, incendiado pela emoção, pelo desejo de recuperar o prestígio e pelo forte laço afetivo entre torcida e equipe, pode ganhar de qualquer adversário. Além de bom e belo futebol, queremos ver partidas sem agressões. A violência nos gramados brasileiros continua absurda, com a condescendência dos árbitros, que não sabem apitar, dos tribunais esportivos, que dão mais valor às coisas que têm menos importância, dos técnicos e clubes, que não punem os jogadores violentos, da omissa CBF, que só pensa na Copa do Mundo de 2014, e de parte da imprensa, que não tem independência para fazer críticas mais contundentes. Alguns dizem que ter, ao mesmo tempo, bom e belo futebol, com poucas faltas e sem violência, é uma utopia. Não importa. Só a utopia nos salva e salva o futebol. Texto Anterior: Inter x Coritiba: Desfalques marcam 1º duelo no sul Próximo Texto: São Paulo tenta mudar seu rumo Índice |
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