Membros de organizada invadem treino, amassam carro do atacante Fred e pressionam jogadores

Protesto contra má fase da equipe provoca agressão a Diguinho e confusão, que só termina após segurança do clube dar tiros para o alto

Daniel Ramalho/CPDoc JB

Torcedor do Fluminense dá soco em Diguinho durante o treino de ontem da equipe nas Laranjeiras

DA SUCURSAL DO RIO

Um jogador agredido fisicamente, o carro do atacante Fred amassado, tiros para o alto e hostilidades contra os principais jogadores do Fluminense. Esse foi o saldo traumático da invasão do treino realizada ontem à tarde por torcedores do clube nas Laranjeiras.
Na confusão, o meio-campista Diguinho foi agredido por um dos torcedores com um soco e seguranças deram dois tiros para o alto tentando dar fim ao protesto no campo.
"Pior que a faixa de Gaza", disse o atacante Fred, ao comentar o tumulto quando deixava o clube no início da noite.
Fred, que vive jejum de gols neste mês, teve o seu carro amassado pelo grupo. O meia Thiago Neves e o lateral Eduardo Ratinho foram bastante hostilizados pelos torcedores.
Os cerca de 30 integrantes da Young Flu, uma das principais organizadas do Rio, entraram em confronto com o elenco ao iniciar um protesto contra a campanha irregular da equipe.
Até agora, o Fluminense não conseguiu empolgar. Apesar de ter um dos elencos mais caros do Brasil, o time nem chegou à decisão do Estadual do Rio e foi eliminado na semana passada da Copa do Brasil pelo Corinthians. No Nacional-2009, a equipe comandada por Carlos Alberto Parreira tem somente quatro pontos e foi goleada pelo Santos por 4 a 1, no domingo, em pleno Maracanã.
""O Fluminense não aceita esse tipo de atitude. Esse grupo de vândalos não representa a imensa torcida tricolor, e vamos tomar todas as atitudes contra esses torcedores", disse Marcelo Penha, assessor especial da presidência do clube.
Apesar da declaração, nenhum torcedor foi identificado pelos seguranças do clube. O grupo permaneceu nas Laranjeiras por mais de uma hora após a confusão.
Afastado do time há quase dois meses em virtude de uma tuberculose, Diguinho por pouco não levou uma surra.
O meio-campista discutiu com membros da organizada ao ser cobrado por um deles por supostamente frequentar uma boate carioca durante o período em que esteve se recuperando da doença.
"Eu estava com as chuteiras na mão, mas não agredi torcedor nenhum", disse Diguinho.
A agressão ao atleta deu início a uma correria no campo, que só terminou após um segurança ter dado tiros para o alto. Penha, que à noite registrou um boletim de ocorrência, negou que os tiros tenham sido dados por alguém do clube.


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