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UM PAÍS PARA A COPA/ESTÁDIOS
Na média, custo de arenas cresce 67%
Projetos para o Mundial de 2014 têm gasto médio de R$ 309 milhões, acréscimo de dois terços sobre previsão da CBF
Com cinco novas praças e 12
reformadas, candidatas à
Copa apresentam custos
pouco inferiores ao preço do
Engenhão e apelam a PPPs
MARIANA BASTOS
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelos planos das cidades-sedes, os estádios da Copa-2014
custarão bem mais do que a estimativa inicial da CBF em
2007. A maioria dos 17 projetos
envolve PPPs (Parcerias Público-Privadas), com abertura para uso de dinheiro público.
Levantamento da Folha
mostra que, em média, cada
arena brasileira para o Mundial
terá gasto de R$ 309 milhões.
Para chegar a esse número, foram consideradas as informações de 15 cidades, cujos projetos somam R$ 4,6 bilhões
-Curitiba e Belo Horizonte
não divulgaram valores.
Como serão 12 sedes no
Mundial, o custo total ficaria
em torno de R$ 3,71 bilhões, a
ser mantida a média de despesas atual dos estádios.
"A CBF, atualmente, estima
que os investimentos na construção e na remodelagem de
estádios serão de US$ 1,1 bilhão. Essa estimativa, no entanto, vai ser significativamente influenciada pelas cidades
escolhidas finalmente para receber a Copa", disse a Fifa, em
relatório de outubro de 2007.
Pela cotação atual do dólar, a
estimativa da confederação,
que já queria 12 cidades na Copa, é de R$ 2,2 bilhões. Assim, o
valor médio de cada estádio
sairia por R$ 185,5 milhões.
Ou seja, a estimativa da CBF
já tem aumento de 67%.
Excluídos os cinco projetos
mais caros, o total fica próximo
da expectativa da confederação: R$ 2,29 bilhões para 12 sedes. Mas isso tiraria cidades como Rio de Janeiro e Brasília,
certas na lista da Fifa. É um cenário impossível.
Na média dos 15 orçamentos,
o custo por estádio da Copa-14
até agora é pouco inferior aos
R$ 380 milhões gastos no Pan
de 2007 com o Engenhão, que
era novo e moderno.
Agora, são 12 estádios que
preveem obras e apenas cinco
novos. Ressalte-se que, entre
os reformados, quatro planejam remodelagem total.
Entre os projetos, quatro envolvem apenas recurso privado, pois são de clubes. São os de
Curitiba (Arena da Baixada),
Porto Alegre (Beira-Rio), São
Paulo (Morumbi) e Florianópolis (Arena Florianópolis).
De resto, a maioria aposta
em investidores para bancar as
obras, por meio de PPPs. Quase
todos os projetos incluem a
construção de complexos comerciais, poliesportivos e de
shows, por retorno financeiro.
Mas as autoridades governamentais ressalvam que o compromisso de atender à Fifa é
dos Estados e das prefeituras.
Assim, Manaus e o Amazonas têm reservado verba em
caixa para obras, entre elas a do
novo Vivaldão. O Estado do Rio
de Janeiro abriu licitação para
fazer concessão do Maracanã,
mas há brechas para o governo
bancar parte da obra.
Em troca do investimento, o
Brasil terá estádios maiores, já
que a maioria das reformas
prevê a ampliação. A maior delas é no Mané Garrincha, em
Brasília. É também a obra mais
cara: R$ 520 milhões. A mais
barata é a de Rio Branco, que
tem custo de R$ 116 milhões.
Uma tônica é que os projetos
de estádios privados são, em
geral, mais baratos. O Figueirense pretende gastar R$ 166
milhões no seu novo Orlando
Scarpelli. O Internacional projetou custo de R$ 120 milhões
para o Beira-Rio. O São Paulo
estima R$ 135,7 milhões de
verba para adequar o Morumbi. Eles almejam parcerias.
São exceções. A CBF prometeu uma Copa só com dinheiro
privado em estádios, entretanto não é o que mostram os milhões planejados por Estados.
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