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Turcos prevêem vitória de algoz na decisão
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SAITAMA
Se o prognóstico da seleção turca estiver certo, o Brasil já pode se
considerar campeão desta Copa.
Após o jogo de ontem, o técnico
Senol Gunes previu que o time
brasileiro vence fácil a Alemanha.
""Eles [o Brasil" ganharam as
seis partidas que tiveram e são favoritos. Fico feliz por saber que as
duas mais difíceis foram contra a
gente. Conheço o futebol alemão,
e os brasileiros têm tudo para
vencer com facilidade."
O atacante Mansiz, que entrou
na etapa final, também acha que o
Brasil ficará com o título, mas previne que a Alemanha levará perigo à seleção nas jogadas aéreas.
""O time é muito talentoso. Em
um lance, Ronaldo, Ronaldinho
ou Rivaldo decide a partida. Foi o
que o Ronaldo fez hoje [ontem".
Ele não estava bem, mas, na hora
de decidir, foi quem fez isso."
Principal destaque da Turquia
contra o Brasil, o goleiro Rustu
Recber foi outro que elogiou o
ataque adversário. ""Eles são muito bons e tiveram várias oportunidades de gol. Não é fácil enfrentá-los. A Alemanha vai ter trabalho."
A má notícia para o brasileiro
que acreditar nas declarações dos
turcos e já se considerar campeão
é que nem sempre eles acertam.
Antes do jogo de ontem, por
exemplo, Senol Gunes dizia que
seus jogadores iriam deixar o
mundo pasmo tal a disposição
que mostrariam contra o Brasil.
Após a derrota, reconheceu que
os turcos ficaram longe de deixar
os torcedores de boca aberta. E
culpou a falta de experiência de
seus atletas pelo fracasso na semifinal. ""Os brasileiros estão acostumados a disputar jogos importantes. Nós, não. Eles suportam bem
a pressão. Nós, não. Isso tudo fez a
diferença. Experiência se ganha
com o tempo. Não podemos nos
esquecer de que é apenas nossa
segunda Copa do Mundo [a primeira foi a de 1954"."
Para o treinador, o fanatismo do
torcedor turco também atrapalhou. ""Sabíamos que a expectativa em nosso país era enorme e
não soubemos lidar com tanta
responsabilidade sobre nós."
Na disputa pelo terceiro lugar
contra a Coréia do Sul, neste sábado, Gunes acha que finalmente
sua equipe vai poder se soltar.
""Ninguém se importa muito
com o jogo, e vamos poder atuar
mais soltos, com menos pressão.
Quero muito ganhar, porque, nada mais nada menos, seremos a
terceira seleção do mundo. Para
nós, não é pouco."
Sobre um assunto, porém, Gunes não quis fazer comentários: a
divisão de seu grupo, que tem 13
jogadores que seguem a religião
muçulmana à risca e não se relacionam bem com os outros dez.
Já Yildiray Basturk, meia que
atua no Bayer Leverkusen (Alemanha) e vai torcer contra o Brasil no domingo, pela primeira vez
admitiu que há problemas, sim,
na equipe. ""Os brasileiros são um
grupo mais coeso do que o nosso.
Isso faz muita diferença", disse.
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