São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002

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Turcos prevêem vitória de algoz na decisão

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A SAITAMA

Se o prognóstico da seleção turca estiver certo, o Brasil já pode se considerar campeão desta Copa.
Após o jogo de ontem, o técnico Senol Gunes previu que o time brasileiro vence fácil a Alemanha.
""Eles [o Brasil" ganharam as seis partidas que tiveram e são favoritos. Fico feliz por saber que as duas mais difíceis foram contra a gente. Conheço o futebol alemão, e os brasileiros têm tudo para vencer com facilidade."
O atacante Mansiz, que entrou na etapa final, também acha que o Brasil ficará com o título, mas previne que a Alemanha levará perigo à seleção nas jogadas aéreas.
""O time é muito talentoso. Em um lance, Ronaldo, Ronaldinho ou Rivaldo decide a partida. Foi o que o Ronaldo fez hoje [ontem". Ele não estava bem, mas, na hora de decidir, foi quem fez isso."
Principal destaque da Turquia contra o Brasil, o goleiro Rustu Recber foi outro que elogiou o ataque adversário. ""Eles são muito bons e tiveram várias oportunidades de gol. Não é fácil enfrentá-los. A Alemanha vai ter trabalho."
A má notícia para o brasileiro que acreditar nas declarações dos turcos e já se considerar campeão é que nem sempre eles acertam.
Antes do jogo de ontem, por exemplo, Senol Gunes dizia que seus jogadores iriam deixar o mundo pasmo tal a disposição que mostrariam contra o Brasil.
Após a derrota, reconheceu que os turcos ficaram longe de deixar os torcedores de boca aberta. E culpou a falta de experiência de seus atletas pelo fracasso na semifinal. ""Os brasileiros estão acostumados a disputar jogos importantes. Nós, não. Eles suportam bem a pressão. Nós, não. Isso tudo fez a diferença. Experiência se ganha com o tempo. Não podemos nos esquecer de que é apenas nossa segunda Copa do Mundo [a primeira foi a de 1954"."
Para o treinador, o fanatismo do torcedor turco também atrapalhou. ""Sabíamos que a expectativa em nosso país era enorme e não soubemos lidar com tanta responsabilidade sobre nós."
Na disputa pelo terceiro lugar contra a Coréia do Sul, neste sábado, Gunes acha que finalmente sua equipe vai poder se soltar.
""Ninguém se importa muito com o jogo, e vamos poder atuar mais soltos, com menos pressão. Quero muito ganhar, porque, nada mais nada menos, seremos a terceira seleção do mundo. Para nós, não é pouco."
Sobre um assunto, porém, Gunes não quis fazer comentários: a divisão de seu grupo, que tem 13 jogadores que seguem a religião muçulmana à risca e não se relacionam bem com os outros dez.
Já Yildiray Basturk, meia que atua no Bayer Leverkusen (Alemanha) e vai torcer contra o Brasil no domingo, pela primeira vez admitiu que há problemas, sim, na equipe. ""Os brasileiros são um grupo mais coeso do que o nosso. Isso faz muita diferença", disse.


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