RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um time que melhora a cada partida, segundo o treinador e os jogadores, mas só cai na tabela. Esse é o roteiro que o Corinthians planeja quebrar hoje, às 16h, contra o Juventude, em Caxias do Sul.
Nos três jogos em que comandou a equipe, Tite disse ter visto evolução. Os atletas concordaram. Porém, desde a chegada dele, o clube caiu da 17ª para a 21ª posição, colocação que passou a ocupar após a última rodada.
A queda para a zona de rebaixamento do Brasileiro ocorreu após três empates seguidos, com São Paulo, Goiás e Flamengo.
Nessas três partidas, o Corinthians começou perdendo e conseguiu o empate em um gol.
"Quero um resultado que comprove a nossa produtividade. Quero sentir o sabor da primeira vitória", afirmou o técnico.
Ele crê que, se repetir o desempenho dos últimos jogos, principalmente contra o Flamengo, o Corinthians conquistará os três pontos. A escalação será repetida.
Porém a tese do treinador não é sustentada pelos números. Segundo o Datafolha, a equipe piorou na maioria dos fundamentos na era Tite em comparação com a gestão de Oswaldo de Oliveira.
A média de finalizações caiu de 13,1 para 10,3, os dribles diminuíram de 11,3 para 7 e a quantidade de conclusões dos rivais subiu de 12 para 13 por jogo.
No ataque, foi mantida a média de gols dos tempos de Oliveira: um por jogo. A defesa melhorou, apesar de terminar a rodada anterior como a mais vazada do Nacional, com 22 gols sofridos. Com Tite, a equipe levou um gol em cada jogo. Antes sofria 2,7.
"Logo na primeira partida do Tite, frisei que melhoramos na defesa. Esse é o caminho certo. Primeiro, a gente tem de se preocupar em não tomar gols. Depois, em marcá-los", disse Rogério.
O atacante Gil, que contra o Flamengo quebrou um jejum de sete meses sem fazer gols, não demonstra a mesma paciência com a lenta evolução corintiana.
"Hoje, empate não pode mais ser considerado um bom resultado. Estamos invictos há três jogos, mas caímos na tabela" disse ele.
Tite usa a incomoda situação na tabela para tentar motivar seus jogadores. Fala sempre da ameaça do rebaixamento -os quatro últimos cairão. "A motivação contra o Juventude é subir na classificação", afirmou Tite. Ele busca a primeira vitória justamente na cidade em que nasceu, diante do time que dirigiu em 1997.
As relações com o Juventude continuam estreitas. Na quinta, ele assistiu à derrota dos gaúchos para o São Caetano na área reservada aos torcedores do Sul. Tite viu o adversário com a mesma formação que será usada hoje.