São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 2006

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Para Brasil, Gana é dor e glória

Africanos tiveram vários encontros com a seleção brasileira, em categorias menores e Olimpíada

Juan, Adriano e Kaká têm memórias nada agradáveis do rival de hoje, mas Dida, Roberto Carlos, Ronaldo e Ronaldinho se deram bem


DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH

Carlos Alberto Parreira trabalhou em Gana no fim dos anos 60, quando o futebol africano ainda engatinhava. Faz tempo. Assim, quem melhor pode falar sobre o rival brasileiro de hoje são os próprios jogadores da equipe nacional.
Dos 11 titulares que o treinador deve mandar a campo, nada menos do que sete fizeram jogos decisivos contra os ganenses em competições sub-17, sub-20 e olímpicas.
São várias histórias de sucesso. Mas também de decepções.
Como as vividas por Juan, Adriano e Kaká. O primeiro numa situação dramática. Na final do Mundial sub-17 de 1995, no Equador, ele até marcou um gol, mas viu o rival levar a melhor e vencer por 3 a 2.
O zagueiro insinua que o time africano tinha jogadores mais velhos do que o regulamento permitia (prática também realizada pelo Brasil). E não esconde seu ressentimento com aquela derrota. "Quem sabe este jogo de agora sirva como revanche", afirma.
Um dos rivais de Juan há 11 anos é hoje, ainda mais com a ausência do suspenso Essien, a grande estrela ganense: o meia Appiah. "Ele é muito bom", reconhece o zagueiro.
A experiência negativa contra Gana de Adriano e Kaká é mais recente. Em 2001, no Mundial sub-20 da Argentina, eles foram eliminados pelo time africano nas quartas.
"Nós perdemos por 2 a 1, no gol de ouro. Não tenho uma boa memória contra Gana", lembra Kaká sobre o jogo em que Adriano fez o gol brasileiro.
O anotador do gol decisivo de Gana naquele dia, o zagueiro Mensah, é titular do seu país no Mundial da Alemanha.
Mas também são muitas as histórias de sucesso de brasileiros contra Gana.
A começar pela experiência mais antiga. Em 1993, no Mundial sub-20 da Austrália, Dida era o goleiro titular do Brasil que venceu o time africano por 2 a 1 na decisão. "Eles jogam coletivamente. Pegam a bola e fazem com que ela chegue rápido na frente. É um perigo."
Em um ambiente já com profissionais, o Brasil também se deu bem contra Gana, e nesse caso Ronaldo e Roberto Carlos ajudaram o time olímpico nacional a vencer os ganenses na Olimpíada de Atlanta-96 -logo depois perderam para outra seleção africana, a Nigéria.
Ronaldinho viveu quase toda a sua adolescência nas categorias de base na seleção. E teve o seu apogeu justamente contra Gana, na final do Mundial sub-17 do Egito. A vitória foi brasileira, por 2 a 1, em 1999. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

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