São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 2006

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Orações ecumênicas marcam união de jogadores

DO ENVIADO A DORTMUND

O ritual se repete antes de cada jogo de Gana, e hoje não deverá ser diferente: o time forma um círculo no vestiário e começa a fazer uma oração católica. Todos acompanham.
Quando termina a cerimônia, eles passam a rezar orações de outras religiões cristãs -evangélicas, ortodoxa.
Depois é a vez dos muçulmanos. Embora tenham também o acompanhamento dos colegas, os seguidores do islamismo, quando tudo termina, saem para um canto, se ajoelham e rezam de forma solitária.
A religiosidade está entranhada na seleção que enfrenta o Brasil hoje. O ritual do círculo pode ser visto também antes dos treinos da equipe.
As orações no vestiário são na maioria das vezes acompanhadas de música, tocada e cantada pelos próprios jogadores. Dois ou três deles começam a tocar o gong-gong, uma espécie de castanhola minúscula, de metal. É a percussão para os cânticos.
O time é um pequeno painel da distribuição religiosa de Gana, onde mais de 70% da população é de cristãos. O meia Appiah é católico, o volante Essien é metodista. Enquanto no país há pouco menos de 20% de muçulmanos, eles são quatro entre os 23 convocados: Muntari, Shilla, Dramani e Mohamed.
O técnico sérvio Ratomir Dujkovic citou ontem a religiosidade como um trunfo de sua seleção. "Pessoalmente, acho que é muito importante para a motivação do grupo."
A demonstração da boa convivência religiosa foi o gesto do lateral Pantsil, que mostrou a bandeira de Israel durante a comemoração de um gol contra a República Tcheca. Ele é cristão, mas disse admirar o Estado judeu. O fato não foi visto como problema em Gana, só gerou conflitos entre grupos religiosos de outros países. (FV)

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