São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2008

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União inflaciona candidatura carioca

Investimento direto do governo federal, em promoções e licitação, amplia custo de Rio-2016, que já é de R$ 120 milhões

Atual postulação da cidade à Olimpíada tem gasto 30% maior do que o previsto na fracassada campanha para 2012, que acabou mais cedo

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O custo total da candidatura Rio-2016 à Olimpíada já chega a cerca de R$ 120 milhões, segundo estimativas do governo federal. Esse valor deverá ser ainda maior, já que não inclui despesas operacionais da União no próximo ano. Tudo será bancado por verba estatal.
Pelo montante atual, a postulação olímpica carioca já sofreu majoração de 30% em relação à previsão da campanha de 2012. Em 2004, a candidatura do Rio tinha estimativa de gasto no valor de US$ 23,3 milhões -R$ 85 milhões, considerado o valor do dólar da época e a atualização pela inflação brasileira.
Naquela postulação, só foram gastos R$ 16,5 milhões porque o Rio foi desclassificado na primeira fase. Como desta vez a cidade passou no primeiro corte, o governo federal assinou projeto para liberar R$ 85 milhões para a candidatura.
Mas esse valor refere-se só a 2008. A assessoria do Ministério do Esporte informou que haverá nova previsão de despesa a ser incluída no Orçamento da União no próximo ano.
Por exemplo, o repasse total para o COB -que gere o comitê de candidatura- será de US$ 42 milhões (R$ 67 milhões). Esse montante será dividido aproximadamente em dois: metade a ser paga neste ano e metade no próximo.
Ou seja, é certo que a União gastará pelo menos R$ 33,5 milhões em 2009. Somado ao valor liberado para este ano, a despesa total da União gira em torno de R$ 120 milhões.
Só que não vai parar por aí, como se observa pelas despesas em investimento direto do governo federal neste ano. O Ministério do Esporte estima que serão gastos entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões com promoção e propaganda, que deve incluir ações no Brasil e no exterior.
Ainda há previsão de dar R$ 7 milhões para a Casa Brasil em Pequim. O projeto, na verdade, é mais caro. Mas o COB deve completar o investimento, de acordo com o ministério.
A primeira liberação de dinheiro do governo também inclui R$ 12 milhões para o projeto e o processo licitatório do Centro de Excelência Olímpico, a ser construído na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
"Independentemente de ganhar a Olimpíada ou não, construiremos o Parque Olímpico para melhorar a infra-estrutura do esporte", disse o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr. à Folha. Pela tese do ministério, o investimento em promoções também vai render frutos por divulgar o país no exterior.
Ainda há despesas diretas do governo com o escritório montado no Rio para a candidatura, equipamentos e consultorias. Esses custos vão continuar em 2009, já que a escolha da sede da Olimpíada só será definida em outubro. Ainda não há uma estimativa para o próximo ano. Por isso, o ministério não faz uma conta final da candidatura.


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