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União inflaciona candidatura carioca
Investimento direto do governo federal, em promoções e licitação, amplia custo de Rio-2016, que já é de R$ 120 milhões
Atual postulação da cidade à Olimpíada tem gasto 30% maior do que o previsto na fracassada campanha para 2012, que acabou mais cedo
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O custo total da candidatura
Rio-2016 à Olimpíada já chega
a cerca de R$ 120 milhões, segundo estimativas do governo
federal. Esse valor deverá ser
ainda maior, já que não inclui
despesas operacionais da
União no próximo ano. Tudo
será bancado por verba estatal.
Pelo montante atual, a postulação olímpica carioca já sofreu
majoração de 30% em relação à
previsão da campanha de 2012.
Em 2004, a candidatura do Rio
tinha estimativa de gasto no valor de US$ 23,3 milhões -R$ 85
milhões, considerado o valor do
dólar da época e a atualização
pela inflação brasileira.
Naquela postulação, só foram gastos R$ 16,5 milhões
porque o Rio foi desclassificado
na primeira fase. Como desta
vez a cidade passou no primeiro corte, o governo federal assinou projeto para liberar R$ 85
milhões para a candidatura.
Mas esse valor refere-se só a
2008. A assessoria do Ministério do Esporte informou que
haverá nova previsão de despesa a ser incluída no Orçamento
da União no próximo ano.
Por exemplo, o repasse total
para o COB -que gere o comitê
de candidatura- será de US$
42 milhões (R$ 67 milhões).
Esse montante será dividido
aproximadamente em dois:
metade a ser paga neste ano e
metade no próximo.
Ou seja, é certo que a União
gastará pelo menos R$ 33,5 milhões em 2009. Somado ao valor liberado para este ano, a
despesa total da União gira em
torno de R$ 120 milhões.
Só que não vai parar por aí,
como se observa pelas despesas
em investimento direto do governo federal neste ano. O Ministério do Esporte estima que
serão gastos entre R$ 6 milhões
e R$ 7 milhões com promoção e
propaganda, que deve incluir
ações no Brasil e no exterior.
Ainda há previsão de dar R$ 7
milhões para a Casa Brasil em
Pequim. O projeto, na verdade,
é mais caro. Mas o COB deve
completar o investimento, de
acordo com o ministério.
A primeira liberação de dinheiro do governo também inclui R$ 12 milhões para o projeto e o processo licitatório do
Centro de Excelência Olímpico, a ser construído na Barra da
Tijuca, no Rio de Janeiro.
"Independentemente de ganhar a Olimpíada ou não, construiremos o Parque Olímpico
para melhorar a infra-estrutura do esporte", disse o ministro
do Esporte, Orlando Silva Jr. à
Folha. Pela tese do ministério,
o investimento em promoções
também vai render frutos por
divulgar o país no exterior.
Ainda há despesas diretas do
governo com o escritório montado no Rio para a candidatura,
equipamentos e consultorias.
Esses custos vão continuar em
2009, já que a escolha da sede
da Olimpíada só será definida
em outubro. Ainda não há uma
estimativa para o próximo ano.
Por isso, o ministério não faz
uma conta final da candidatura.
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