São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 2008

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AÇÃO

Dez anos de aventura

Motivados após o "queima cueca", pioneiros da corrida de aventura no Brasil vêem esporte se consolidar no país

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

HÁ DEZ ANOS aconteceu a primeira corrida de aventura do país. A EMA, Expedição Mata Atlântica, largou de Paraibuna (SP) e, após 220 km de remada, pedal e corrida, terminou em Ilhabela. Uma equipe da Nova Zelândia venceu em pouco menos de 40 horas, e 27 das 30 equipes completaram a prova em até três dias.
No ano anterior, Alexandre Freitas havia montado um time para disputar, na Nova Zelândia, a Southern Traverse, famosa por seu roteiro casca-grossa. Já no primeiro dia, os cinco brasileiros pioneiros foram surpreendidos por uma inversão térmica e tiveram de pôr fogo no que restava de roupa seca para conter a hipotermia. A prova ficou marcada pelo "queima cueca", mas a traumática experiência os incentivou.
Freitas trocou a atividade no setor financeiro pela missão de introduzir a corrida de aventura no país. Montou a EMA. Eduardo Coelho, um dos parceiros na Nova Zelândia, montou a equipe Pedal Power, que ficou em segundo na primeira prova do país, seis horas atrás da neozelandesa.
Nos anos seguintes, as provas e os formatos se multiplicaram. Equipes de três a cinco atletas, provas longas e curtas, com navegação por GPS ou só com bússola, com time de apoio ou sem, tudo isso, mais a geografia privilegiada, fez com que a corrida de aventura se firmasse no país e brasileiros competissem fora.
Em 2002, no Eco-Challenge em Fiji, Freitas foi infectado por um parasita que deixou seqüelas das quais ainda se recupera. Mas seu legado pode ser constatado nas inúmeras provas pelo país, especialmente com a realização do Ecomotion Pro, que neste ano será a final do Mundial, e pela EMA rEMAke, que resgatará o percurso da primeira EMA.
Organizada por Sergio Zolino, do Circuito Adventure Camp, a rEMAke largará de Paraibuna, em 1º de agosto, e terminará em Ilhabela.
Com o roteiro conhecido previamente, ao contrário do padrão na modalidade, o desafio será avaliar a evolução técnica e física dos atletas e equipamentos nesses dez anos. E, acima de tudo, prestar uma justa homenagem ao esforço de Freitas.

MUNDIAL DE SURFE - WQS
Terminou na praia do Forte (BA) o Billabong Eco Festival. Silvana Lima venceu a líder, e sensação da temporada, Sally Fitzgobbons. No masculino, Adriano de Souza bateu Marcelo Trekinho. O Local Motion Pro vai até domingo no Guarujá.

SKATE VERTICAL
Bob Burnquist foi terceiro colocado na prova de Baltimore (EUA) da AST Dew Tour, que acabou vencida por Bucky Lasek.

BRASIL FORA NO BMX
Ana Flávia Sgobin não alcançou o índice olímpico, e a modalidade ciclística será disputada por apenas 11 países em Pequim.


sarli@trip.com.br

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