|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AÇÃO
Dez anos de aventura
Motivados após o "queima cueca", pioneiros da corrida de aventura no Brasil vêem esporte se consolidar no país
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
HÁ DEZ ANOS aconteceu a primeira corrida de aventura
do país. A EMA, Expedição
Mata Atlântica, largou de Paraibuna
(SP) e, após 220 km de remada, pedal e corrida, terminou em Ilhabela.
Uma equipe da Nova Zelândia venceu em pouco menos de 40 horas, e
27 das 30 equipes completaram a
prova em até três dias.
No ano anterior, Alexandre Freitas havia montado um time para disputar, na Nova Zelândia, a Southern
Traverse, famosa por seu roteiro
casca-grossa. Já no primeiro dia, os
cinco brasileiros pioneiros foram
surpreendidos por uma inversão
térmica e tiveram de pôr fogo no que
restava de roupa seca para conter a
hipotermia. A prova ficou marcada
pelo "queima cueca", mas a traumática experiência os incentivou.
Freitas trocou a atividade no setor
financeiro pela missão de introduzir
a corrida de aventura no país. Montou a EMA. Eduardo Coelho, um dos
parceiros na Nova Zelândia, montou
a equipe Pedal Power, que ficou em
segundo na primeira prova do país,
seis horas atrás da neozelandesa.
Nos anos seguintes, as provas e os
formatos se multiplicaram. Equipes
de três a cinco atletas, provas longas
e curtas, com navegação por GPS ou
só com bússola, com time de apoio
ou sem, tudo isso, mais a geografia
privilegiada, fez com que a corrida
de aventura se firmasse no país e
brasileiros competissem fora.
Em 2002, no Eco-Challenge em
Fiji, Freitas foi infectado por um parasita que deixou seqüelas das quais
ainda se recupera. Mas seu legado
pode ser constatado nas inúmeras
provas pelo país, especialmente com
a realização do Ecomotion Pro, que
neste ano será a final do Mundial, e
pela EMA rEMAke, que resgatará o
percurso da primeira EMA.
Organizada por Sergio Zolino, do
Circuito Adventure Camp, a rEMAke largará de Paraibuna, em 1º de
agosto, e terminará em Ilhabela.
Com o roteiro conhecido previamente, ao contrário do padrão na
modalidade, o desafio será avaliar a
evolução técnica e física dos atletas e
equipamentos nesses dez anos. E,
acima de tudo, prestar uma justa homenagem ao esforço de Freitas.
MUNDIAL DE SURFE - WQS
Terminou na praia do Forte (BA) o
Billabong Eco Festival. Silvana Lima venceu a líder, e sensação da
temporada, Sally Fitzgobbons. No
masculino, Adriano de Souza bateu
Marcelo Trekinho. O Local Motion
Pro vai até domingo no Guarujá.
SKATE VERTICAL
Bob Burnquist foi terceiro colocado na prova de Baltimore (EUA) da
AST Dew Tour, que acabou vencida
por Bucky Lasek.
BRASIL FORA NO BMX
Ana Flávia Sgobin não alcançou o
índice olímpico, e a modalidade ciclística será disputada por apenas
11 países em Pequim.
sarli@trip.com.br
Texto Anterior: Notas Próximo Texto: Xico Sá: O fracasso do euro-corvo Índice
|