São Paulo, sábado, 27 de junho de 2009

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interdição

Fifa sugere fechamento do Morumbi por 2 anos

Para entidade, Maracanã, que não terá jogos durante obras, é um bom exemplo

Possibilidade de São Paulo não ser sede do Mundial está descartada, diz representante da Fifa, mas alternativas de arenas podem ser estudadas


EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

O secretário-geral da Fifa e responsável pelas críticas ao Morumbi, Jérôme Valcke, vê um caminho para que o estádio consiga cumprir as exigências da entidade e se transformar na sede paulista para a Copa-2014.
À Folha, ontem, em Johannesburgo, o dirigente afirmou que uma boa saída para o estádio são-paulino é seguir o exemplo do Maracanã, que será o palco da final do torneio.
"Acho que é possível que o Morumbi vire um estádio para a Copa. Veja o Maracanã, por exemplo: ele deve ser fechado por dois anos para se adaptar e se tornar um estádio Fifa. Talvez eles possam fazer o mesmo", declarou Valcke.
O projeto inicial do Morumbi não prevê o fechamento total do estádio durante as obras.
Valcke apontou que o principal problema do Morumbi está no entorno. A Fifa exige que haja um centro de mídia e área para o estacionamento de caminhões geradores de imagens das emissoras de TV, além de ampla área para estacionamento de jornalistas e convidados.
Na África, todos os estádios usados na Copa das Confederações cumpriram rigorosamente essa determinação. No Ellis Park, por exemplo, palco da final do torneio, amanhã, entre Brasil e Estados Unidos, foi usada a área de uma universidade que fica ao lado da arena, localizada em Johannesburgo.
O projeto inicial do Morumbi, segundo a Fifa, previa a construção dessa área a 1 km do estádio, distância considerada inviável pela entidade. Os são-paulinos rechaçam a informação e dizem que o local ficará bem mais próximo, a 300 m.
"Nós avisamos os responsáveis desse problema. Agora eles têm de se empenhar para resolver isso, senão teremos que buscar alternativas", disse Valcke, que descartou, no entanto, uma possível exclusão da cidade de São Paulo entre as 12 sedes brasileiras escolhidas.
Valcke confirmou que os outros 11 projetos não têm problemas para atender às exigências da entidade máxima do futebol. A Fifa, porém, acredita que o principal desafio do Brasil está justamente na construção e adaptação de suas arenas.
Durante a semana, o presidente Lula foi ao Morumbi e manifestou apoio ao estádio são-paulino. Cartolas ligados à CBF creem que a única ajuda do governo para salvar o Morumbi seria financeira -o governo, entretanto, diz que não irá empregar verbas em arenas.
A reforma do estádio está orçada em R$ 300 milhões, e a avaliação até de membros do comitê paulista para o Mundial-14 é que o São Paulo terá problemas para conseguir esse dinheiro. A manifestação favorável de Lula também não tem peso decisivo, pois Fifa e Comitê Organizador Local têm autonomia total para tomar decisões em relação aos estádios.
Já o governo tem poder, de fato, só nas obras de infraestrutura relacionadas ao Mundial.


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