São Paulo, sábado, 27 de junho de 2009

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MOTOR

Pistas, apenas pistas


Brawn lidera campeonato com folga tranquila, mas carrega série de dúvidas sobre futuro no esporte

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

A SURRA em Silverstone foi circunstancial, como disseram vítima, Brawn, e algoz, Red Bull. Foi resultado do tempo frio, do novo pacote aerodinâmico de Newey, de um certo nervosismo de Button, do brilhantismo de Vettel.
A distância entre as duas equipes diminuiu, é fato. Como vem diminuindo GP a GP, desde a China. Mas o BGP 001 ainda é o melhor carro da F-1, o mais equilibrado, o mais "no chão". Mais: a Brawn tem "muita gordurinha para queimar", diria o treineiro, principalmente num sistema de pontos que tanto privilegia a regularidade, que concede ao vencedor só dois pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
Button tem 25 pontos de folga para Vettel. Faltam nove etapas. Não precisa mais vencer, portanto. Não precisa nem mesmo ser segundo em todas as corridas. Será o campeão.
Mas, apesar de todas as ressalvas, a prova de Silverstone talvez seja lembrada como o início do fim da Brawn. Erroneamente, e pelo simples fato de que é mais fácil ligar a imagem de fiasco na corrida a um eventual problema fora dela. Que pode até não existir. Mas que pode, e há pistas que apontam para isso.
Pista 1: vencedora de 75% das corridas, a Brawn continua com o carro imaculadamente branco. Ok, tem o patrocínio da Virgin, mínimo, modesto. E que, aliás, leva à pista 2.
Pista 2: segundo a BBC, a Virgin trocará a Brawn pela Manor na próxima temporada. Deve incorporar sua marca ao nome da novata.
Pista 3: o alemão Jorg Zander, projetista-chefe da Brawn, anunciou nesta semana sua saída da escuderia. Ele não disse para onde vai.
Pista 4: a Brawn não terá em 2010 a moleza de 2009. Neste ano, só largou na Austrália como resultado de uma força-tarefa de Ecclestone, que não queria o grid (mais) vazio. Mas parece improvável, por exemplo, que a Mercedes continue alimentando a inimiga. Na lista divulgada pela FIA, a equipe de Brackley é a única sem um fornecedor de motor.
Pistas, apenas. Indícios que podem dar em nada. Reviravoltas, enfim, acontecem o tempo todo.
Mas é o caso de ficar de olho.

EPÍLOGO
Quando tudo parecia calmo, eis que Mosley envia a tal carta para os membros do Conselho Mundial ameaçando jogar sujeira no ventilador. Não, a novela não deve recomeçar. O que veremos até outubro será um epílogo, uma queda de braço com consequências menos drásticas do que uma cisão, cujo objetivo é a eleição na FIA. Quem será o substituto de Mosley? Hoje, o palpite desta coluna é Mosley.

DO LADO DE CÁ
Três pilotos empatados na ponta do tabela. Os três classificados entre os quatro primeiros no grid de Assen. A largada da MotoGP, às 9h (de Brasília) de hoje é imperdível.

fabio.seixas@grupofolha.com.br


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