São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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Gana elimina EUA, e África vive

País ganha na prorrogação e, na história, é o 3º do continente a figurar entre os 8 melhores

Estados Unidos 1
Donovan, aos 17min do 2º tempo
Gana 2
Boateng, aos 5min do 1º tempo, e Gyan, aos 3min do 1º tempo da prorrogação

Rick Bowmer/Associated Press
Norte-americanos lamentam o gol de Gyan, que festeja

FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A RUSTENBURGO

Gana tornou-se ontem o terceiro país africano a chegar às quartas de final de uma Copa, igualando Camarões (1990) e Senegal (2002).
Foi necessária a primeira prorrogação do Mundial para sacramentar a vitória de 2 a 1 sobre os EUA, que ameaçaram demonstrar mais uma vez seu incrível poder de reação no Mundial sul-africano.
Gana agora pegará o Uruguai, na sexta, para tentar avançar ainda mais e definitivamente fazer história.
"Foi um jogo difícil, tivemos que lutar até o último segundo. Estávamos muito cansados, porque jogamos a última partida na quarta-feira", disse o atacante Ayew.
Foi o melhor jogo do time africano, último representante do continente, até agora. Gana dominou o primeiro tempo, com Ayew armando as jogadas, sobretudo pelo lado esquerdo, para finalizações de Prince Boateng.
Numa delas, logo aos 5min, aproveitando uma bola perdida pelos EUA no meio-campo, Boateng arrancou pela esquerda, limpou dois marcadores e chutou no canto direito do goleiro Howard para fazer 1 a 0.
Mesmo na frente, os ganenses não perderam a iniciativa. Com o adversário acuado e sem domínio do meio-campo, conseguiam tocar a bola e criar chances.
Aos 11min, Boateng novamente chutou, por cima do travessão. Aos 36min, em boa jogada de Gyan pela esquerda, Howard salvou.
A melhor chance dos EUA na primeira etapa veio num chute de Findley que o goleiro Kingson tirou com o pé.
No segundo tempo, a entrada do meio-campista Feil- haber deu mais qualidade ao ataque americano, liberando Altidore e Donovan para serem mais ofensivos.
Aos 17min, Mensah fez pênalti em Dempsey. Donovan cobrou e igualou o placar.
Os EUA, mais à vontade no jogo, passaram a buscar a vitória de maneira mais clara que o adversário, obrigando Kingson a fazer defesas difíceis. O desempate quase veio aos 36min em um chute rasteiro de Altidore que passou rente à trave ganense.
Veio a prorrogação, e o famoso preparo físico norte- -americano falhou. Cansado, o zagueiro Bocanegra perdeu na corrida de Gyan, que matou no peito um lançamento em profundidade e novamente pôs Gana na frente.
No final do jogo, os EUA fizeram pressão, que incluiu até o goleiro Howard, momentaneamente convertido em atacante. Não adiantou.
Como ao final da dramática classificação dos EUA contra a Argélia, o fim do jogo foi comemorado com um montinho de jogadores extasiados. Desta vez, eram de Gana.


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