São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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Morumbi fora da Copa é bom, diz Fifa

"Há um momento em que é preciso parar de brincar", afirma secretário-geral a respeito do Mundial de 2014

DE JOHANNESBURGO

Em sua primeira declaração pública desde a exclusão do estádio do Morumbi da Copa do Mundo de 2014, a Fifa não poderia demonstrar uma felicidade maior.
"É uma boa notícia que o Morumbi esteja fora. Há um momento em que é preciso parar de brincar", declarou o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, numa entrevista para marcar a metade do atual Mundial-2010.
Ele assegurou que a cidade de São Paulo estará na Copa, mas fez uma ameaça velada. "Para jogar em São Paulo, precisamos de um estádio. Essa não é a Copa de futebol de rua", afirmou. Ou seja, é preciso uma definição rápida sobre o estádio.
Valcke não revelou qual é seu projeto de preferência. Disse apenas que se reunirá "em breve" com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para tratar do assunto. A opção mais provável é a construção de um novo estádio em Pirituba (bairro da zona norte).
Valcke falou bastante do Brasil ontem. Ele inclusive deu uma canelada no técnico da seleção brasileira.
"Não sou um jogador de futebol e não quero irritar Dunga ainda mais", declarou, no meio de uma resposta sobre um assunto desconexo, o desempenho da Itália.
Depois, instado a explicar a referência, Valcke afirmou que era uma "piada interna", sem referência aos recentes conflitos do treinador com a imprensa brasileira.
"Quando eu disse algo sobre a bola, ele afirmou que eu nunca havia jogado futebol e que não poderia falar sobre isso. É uma coisa entre nós dois", afirmou Valcke.
Também declarou que é provável que no Mundial brasileiro seja colocado em prática um novo modelo de arbitragem, com mais dois assistentes para o juiz. Mas novamente descartou o uso de vídeo para evitar erros.
Ao fazer uma avaliação do Mundial até o momento, Valcke declarou que a organização está "perto da perfeição". Ele admitiu, entretanto, problemas na abertura desta Copa. "Tivemos um começo difícil. Houve problemas de trânsito, em razão da falta de coordenação entre diversos órgãos", definiu.
Sobre o fato de alguns assentos nos estádios permanecerem vazios, disse que é "normal" e aconteceu também na Alemanha, em 2006, segundo ele.
(FÁBIO ZANINI)


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