São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2011

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Buenos Aires vive tarde de fúria após queda do River

ARGENTINA
Brigas e saques lembram fase aguda da crise econômica

LUCAS FERRAZ
DE BUENOS AIRES

O inédito rebaixamento do River Plate em 110 anos de história causou revolta nos torcedores do clube, que transformaram o estádio Monumental de Nuñez e arredores num campo de batalha.
As cenas de confronto com a polícia, saques de lojas e destruição de carros até lembraram as ruas de Buenos Aires há dez anos, quando estouraram conflitos por causa da grave crise econômica deflagrada no país em 2001.
Nos minutos finais do empate por 1 a 1 entre River e Belgrano já não havia futebol: os mais de 50 mil torcedores começaram a atirar objetos no gramado. A confusão se formou quando a polícia tentou controlar as arquibancadas com jatos de água.
Com o descontrole e o choro dos jogadores, a partida nem terminou. A sede social do River foi depredada, e até jornalistas foram atacados. A confusão se alastrou pelas ruas do bairro de Nuñez.
Foram escalados 2.200 policiais para a partida, mas eles não foram capazes de deter os ataques. Até o fechamento desta edição, segundo balanço da polícia local, havia 47 torcedores feridos -um jovem tentou se matar cortando os pulsos. Quatro policiais também ficaram gravemente feridos. Dezenas de pessoas foram detidas.
Torcedores visitantes e os jogadores do Belgrano ficaram trancados no Monumental por pelo menos duas horas após a partida.
"Trataram-nos mal, jogaram bombas no nosso hotel durante a noite. Houve alarme de incêndio, e tivemos que descer na madrugada", afirmou o treinador do Belgrano, Ricardo Zielinski.
Durante a semana, já havia ocorrido uma prévia dos confrontos de ontem.
Na quarta-feira, na primeira partida da repescagem em que o Belgrano venceu o River por 2 a 0, em Córdoba, torcedores do River invadiram o gramado. Ninguém acabou preso.
Na última quinta-feira, os problemas se repetiram: a torcida voltou a protestar na sede do clube contra o iminente rebaixamento.
Por causa dos distúrbios, um comitê de segurança se reuniu na quinta para avaliar se a partida de ontem deveria ser aberta para torcedores.
O Ministério da Segurança do governo, após apresentar um plano de segurança que acabou por se mostrar ineficiente, resolveu liberar a presença da torcida no estádio.


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