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ATLETISMO
Roche, fornecedora oficial de suplementos para entidade, não quer vincular sua imagem com a do atleta
Patrocinador do COB se afasta de Sanderlei Parrela
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Roche, patrocinadora oficial
do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), está buscando não manchar sua imagem com qualquer
respingo do caso Sanderlei Parrela. O velocista, pego no exame antidoping, havia dito que a norandrosterona -metabolização da
nandrolona encontrada em seu
organismo- estaria contida em
algum suplemento alimentar que
teria ingerido.
"Todos nossos produtos foram
avaliados pela comissão médica
do COB. Os suplementos vitamínicos ajudam a melhorar a performance do atleta, mas não contêm substâncias dopantes", afirmou Rubens Antônio Jr., 32, gerente de esportes da Roche.
A empresa firmou um acordo
com o COB no começo de 1999.
Pelo contrato, a Roche fornece os
suplementos vitamínicos para todos os atletas envolvidos em preparação olímpica, além de promover palestras e outros eventos
visando orientar técnicos e atletas
sobre os perigos do doping.
Pelo acordo, a Roche conseguiu
autorização para incluir o símbolo dos anéis olímpicos em três de
seus produtos: Supradyn (polivitamínico), Redoxon (vitamina C)
e Ephynal (vitamina E). Os três
são fornecidos aos atletas que se
preparam para os Jogos.
Além disso, a empresa repassa
uma verba de US$ 250 mil anuais.
O contrato vale até o final do ano.
"Há o interesse em renovar o
acordo com o COB. Devemos fazer isso no final do ano, após a
Olimpíada", conta Rubens.
Apesar de ainda não ter utilizado a imagem de nenhum atleta
em propagandas, a empresa pensa em fazer isso no futuro.
"Também temos um acordo
com a Olympikus, que tem parceria com a Unisul (equipe de vôlei
masculino) e com alguns esportistas do atletismo. Devemos utilizar a imagem de atletas como
Claudinei Quirino da Silva,
Maurren Higa Maggi e Eronilde
Nunes Araújo", disse Rubens.
Todos os atletas têm boa imagem junto ao público e se tornaram mais conhecidos após as medalhas conquistadas no último
Pan-Americano, disputado em
Winnipeg, no Canadá, em 1999.
Apesar do risco atual de vincular a imagem de seus produtos
com a de atletas, o executivo da
Roche afirma que não será feito
nenhum tipo de exame antidoping nos esportistas.
"Nossa estratégia é fazer um
acompanhamento, junto com a
Olympikus e com os treinadores,
para que eles nos passem informações corretas e devidas. Não
queremos ter surpresas. A gente
nunca sabe o que vai ser o atleta
no futuro. Mas temos confiança
na equipe que estamos trabalhando", acredita Rubens.
Defesa
O técnico Luiz Alberto de Oliveira irá apresentar um estudo inglês para a defesa de Parrela. Segundo a pesquisa, é possível a
produção de norandrosterona
pelo organismo do atleta, mesmo
sem ele ter consumido nenhum
tipo de esteróide anabólico.
Um grupo de atletas tomou suplementos e fez treinos. Após sete
dias foram feitos exames nos esportistas e houve casos positivos
acima de 10 nanogramas por mililítro (a quantidade aceita pela Federação Internacional de Atletismo é de 2 ng/ml). O nanograma é
a bilionésima parte do grama.
Nos exames de Parrela foram
encontradas 4,4 ng/ml (na prova
A) e 3,5 ng/ml (na amostra B).
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