São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2000


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ATLETISMO
Roche, fornecedora oficial de suplementos para entidade, não quer vincular sua imagem com a do atleta
Patrocinador do COB se afasta de Sanderlei Parrela

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Roche, patrocinadora oficial do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), está buscando não manchar sua imagem com qualquer respingo do caso Sanderlei Parrela. O velocista, pego no exame antidoping, havia dito que a norandrosterona -metabolização da nandrolona encontrada em seu organismo- estaria contida em algum suplemento alimentar que teria ingerido.
"Todos nossos produtos foram avaliados pela comissão médica do COB. Os suplementos vitamínicos ajudam a melhorar a performance do atleta, mas não contêm substâncias dopantes", afirmou Rubens Antônio Jr., 32, gerente de esportes da Roche.
A empresa firmou um acordo com o COB no começo de 1999. Pelo contrato, a Roche fornece os suplementos vitamínicos para todos os atletas envolvidos em preparação olímpica, além de promover palestras e outros eventos visando orientar técnicos e atletas sobre os perigos do doping.
Pelo acordo, a Roche conseguiu autorização para incluir o símbolo dos anéis olímpicos em três de seus produtos: Supradyn (polivitamínico), Redoxon (vitamina C) e Ephynal (vitamina E). Os três são fornecidos aos atletas que se preparam para os Jogos.
Além disso, a empresa repassa uma verba de US$ 250 mil anuais. O contrato vale até o final do ano.
"Há o interesse em renovar o acordo com o COB. Devemos fazer isso no final do ano, após a Olimpíada", conta Rubens.
Apesar de ainda não ter utilizado a imagem de nenhum atleta em propagandas, a empresa pensa em fazer isso no futuro.
"Também temos um acordo com a Olympikus, que tem parceria com a Unisul (equipe de vôlei masculino) e com alguns esportistas do atletismo. Devemos utilizar a imagem de atletas como Claudinei Quirino da Silva, Maurren Higa Maggi e Eronilde Nunes Araújo", disse Rubens.
Todos os atletas têm boa imagem junto ao público e se tornaram mais conhecidos após as medalhas conquistadas no último Pan-Americano, disputado em Winnipeg, no Canadá, em 1999.
Apesar do risco atual de vincular a imagem de seus produtos com a de atletas, o executivo da Roche afirma que não será feito nenhum tipo de exame antidoping nos esportistas.
"Nossa estratégia é fazer um acompanhamento, junto com a Olympikus e com os treinadores, para que eles nos passem informações corretas e devidas. Não queremos ter surpresas. A gente nunca sabe o que vai ser o atleta no futuro. Mas temos confiança na equipe que estamos trabalhando", acredita Rubens.

Defesa
O técnico Luiz Alberto de Oliveira irá apresentar um estudo inglês para a defesa de Parrela. Segundo a pesquisa, é possível a produção de norandrosterona pelo organismo do atleta, mesmo sem ele ter consumido nenhum tipo de esteróide anabólico.
Um grupo de atletas tomou suplementos e fez treinos. Após sete dias foram feitos exames nos esportistas e houve casos positivos acima de 10 nanogramas por mililítro (a quantidade aceita pela Federação Internacional de Atletismo é de 2 ng/ml). O nanograma é a bilionésima parte do grama.
Nos exames de Parrela foram encontradas 4,4 ng/ml (na prova A) e 3,5 ng/ml (na amostra B).


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