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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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FUTEBOL

Na Copa Ouro, país desafia sina de tropeços em finais diante de anfitriões

No México, Brasil tenta ser campeão como visitante

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ganhar um título numa decisão na casa do adversário. O desafio, que assusta até o time principal do Brasil, vai ser encarado hoje pela equipe sub-23 do país.
Às 14h, na Cidade do México, a seleção brasileira busca o inédito título da Copa Ouro em uma atmosfera totalmente adversa, com torcida contra, juiz pressionado e sem a mesma adaptação do rival ao gramado, clima e altitude.
E, pelo retrospecto recente, o time nacional sofre quando se depara com essas situações.
Em 1999, com Wanderley Luxemburgo no comando, no estádio Azteca, local do duelo de hoje, o Brasil perdeu para o México na final da Copa das Confederações.
Na famosa decisão do Mundial de 1998, a seleção nacional foi presa fácil para a França, que venceu por 3 a 0 no Stade de France.
Também com Zagallo, o comandante da campanha em campos franceses, a seleção brasileira, em 1995, sucumbiu à pressão de jogar uma final no campo do oponente e perdeu a final da Copa América, em Montevidéu, para o decadente time do Uruguai.
Nos últimos anos, a única vez em que o Brasil conseguiu triunfar em uma decisão numa competição importante enfrentando o anfitrião foi na Copa América-97, contra a modesta Bolívia.
Nas últimas eliminatórias sul-americanas, para a Copa-2002, jogar como visitante também foi pesadelo. Nessa situação, o Brasil perdeu para Chile, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina.
Além da inexperiência do time sub-23 (o México joga com a equipe principal) e do retrospecto ruim nas últimas decisões fora de casa, o Brasil ainda teme a altitude e o clima quente (a partida começa às 12h no horário local).
Na primeira fase da Copa Ouro, quando também jogou na capital mexicana, o time do técnico Ricardo Gomes atuou mal, perdendo para os donos da casa e vencendo, de forma apertada, Honduras. "Na Cidade do México, alguns dos nossos jogadores estavam com a língua de fora logo no começo dos jogos", reconheceu o treinador do time brasileiro.

Confiança
Mas, apesar das adversidades, comissão técnica e jogadores confiam na vitória, principalmente depois das boas atuações nos jogos realizados em Miami, contra Colômbia e EUA. "A partida que fizemos contra os americanos mostrou que estamos no caminho certo e que temos grande chance de fazer bonito no domingo [hoje]", disse o meia Diego.
No jogo de hoje, Gomes vai manter a equipe que bateu colombianos e americanos. O treinador aposta no entrosamento da zaga, formada por Alex e Luisão, e na dupla Kaká e Diego, que marcou cinco dos seis gols da equipe até o momento na Copa Ouro -o outro foi do lateral Maicon.
Do lado mexicano, a confiança voltou depois dos triunfos sobre a Jamaica, nas quartas-de-final, e a Costa Rica, nas semifinais -a equipe, após superar o Brasil, ficou no 0 a 0 contra Honduras.
"Vamos mostrar para o Brasil o quanto nós progredimos", declarou o técnico Ricardo Lavolpe.
Antigo freguês do Brasil, o México vem colhendo bons resultados nos últimos anos nos duelos entre os dois países. Além das vitórias na Copa nas Confederações-99 e na primeira fase do atual certame, ganhou também a decisão da Copa Ouro-96.
Mesmo com essa situação, os jogadores do time sub-23 não encaram o jogo de hoje como uma possibilidade de vingança.
"Não existe revanche. É um jogo a mais, em que só queremos ganhar o título", diz o meia Thiago Motta, uma das opções de Ricardo Gomes para o segundo tempo.
Na decisão no Azteca, em caso de empate no tempo normal, haverá prorrogação com morte súbita. Se acontecer uma nova igualdade, o campeão será definido na cobrança de pênaltis.


NA TV - SBT e ESPN Brasil, ao vivo, às 14h


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