São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2006

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Sobre vice preferido, Fla conquista o bi

Copa do Brasil dá a rubro-negros sexto título seguido contra o Vasco e primeira vaga do Brasil na Libertadores-2007

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Perdedor das últimas três finais de Copa do Brasil de que participou (1997, 2003 e 2004), o Flamengo quebrou a "maldição" contra seu vice preferido.
Ao bater o Vasco ontem, o time conquistou o torneio pela segunda vez -a primeira fora em 1990. Com o título, é o primeiro time do Brasil na Taça Libertadores de 2007.
Foi o sexto título consecutivo obtido pelos flamenguistas sobre o clube de São Januário, seu tradicional rival, e o primeiro em nível nacional do duelo.
"Não podia perder esse título para o Vasco. Ganhei três títulos lá e saí esculachado", disse Luizão, que marcou na primeira final, cujo placar foi 2 a 0.
O Vasco jamais ganhou a Copa do Brasil, prioridade para o presidente Eurico Miranda nesta temporada. O bicampeão Flamengo é o único carioca que conquistou o torneio.
O nervosismo vascaíno foi visível aos 17min do primeiro tempo, quando Valdir Papel derrubou Leonardo Moura por trás e levou seu segundo amarelo no jogo. Foi mandado ao vestiário com um empurrão de seu próprio técnico, Renato Gaúcho, que apostou nele para fugir da má fase de Valdiram, que começou no banco.
"Se eu tivesse bola de cristal e soubesse que ele ia fazer essa besteira, não escalava. Mas eu não tenho bola de cristal", comentou o treinador, sobre o lance capital da partida.
Imediatamente, o rubro-negro Ney Franco desmontou seu 3-6-1 para se aproveitar da superioridade numérica. Trocou o meia Toró pelo atacante Obina. Dez minutos depois, o gol solitário da partida nasceu.
Depois que o chute de Leonardo Moura foi rechaçado pela defesa cruzmaltina, Juan pegou o rebote. Forte, rasteiro, no canto esquerdo de Cássio, a bola entrou. O Vasco ia a nocaute.
Porque a solidez defensiva do Flamengo de Ney Franco era indiscutível. O Vasco, mesmo com a entrada de Valdiram, não conseguiu penetrar na barreira formada por Rodrigo Arroz, Renato Silva e Fernando. Edilson não imprimiu velocidade suficiente sobre os marcadores.
Morais, de quem se esperava o organizador das jogadas vascaínas, não tinha liberdade para dar criatividade ao time cruzmaltino, cada vez mais nervoso e grogue. O Flamengo valorizou até o fim a posse de bola, principalmente com Leonardo Moura pela direita. Que, por isso, sofreu seis faltas.
O Flamengo enfrentou seis clubes na sua segunda campanha vitoriosa na Copa do Brasil: Asa de Arapiraca-AL, ABC de Natal, Guarani, Atlético-MG, Ipatinga-MG e Vasco.
Dos seis, só o ABC venceu o Flamengo, por 1 a 0. Dos seis, só o Vasco está na Série A nacional. Dos seis, só o Vasco não furou a defesa rubro-negra.
O feito dá ao clube da Gávea sua oitava participação no maior torneio sul-americano, o qual não conquista desde 1981. Além disso, deverá reanimar um time que está na 15ª posição do Brasileiro, duas posições acima da zona da degola.
O clássico teve tumulto na arquibancada, especialmente entre os torcedores vascaínos.


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