São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2007

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RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Maicon merece, todas merecem

Há dois anos, estava numa maca tentando dobrar o joelho operado. Do meu lado, na outra maca, estava Maicon (a cabeça-de-área meia cabeça dura), que sofria do mesmo mal. Ali também se recuperavam Tânia, a alegre Maranhão, e a séria Daniela.
Eu não sabia se voltaria a jogar bola, mas meu futuro não dependia do meu joelho. Maicon precisava voltar, mas mal tinha perspectiva de um clube. Saía na rua com ela e ninguém a reconhecia. Sentava com Maicon na calçada, enquanto ela esperava por um picolé e uma carona. Não conheci no esporte pessoa mais simples.
Talvez a Marta, melhor do mundo e feliz em jogar em um Pan esvaziado, pisando no Maracanã onde Kaká não pisou com a ""amarelinha".
Mulher, negra, jogadora de futebol, pobre... Como Maicon é brasileira. Não tem sobrenome pomposo nem será chamada pela ""Playboy". Você merece. Todas merecem.


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