São Paulo, sexta-feira, 27 de julho de 2007

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SALTOS ORNAMENTAIS

Prata, Castro traça plano para Jogos Olímpicos

Saltador brasileiro fica a 10,95 pontos do vice olímpico no trampolim de 3 m

Anfitrião diz que medalha tem sabor de vitória e elogia torcida, que vaiou seus principais rivais na hora em que a disputa ficou acirrada

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Com "gosto de ouro", César Castro conquistou ontem a medalha de prata nos saltos ornamentais, no trampolim de 3 m. Pensando na Olimpíada de Pequim, em 2008, o atleta pretende dificultar a série para mais uma vez subir ao pódio.
Após uma série de seis saltos, o brasileiro ficou apenas 10,95 pontos atrás do canadense Alexandre Despatie, prata na Olimpíada de Atenas, em 2004.
"Se saísse com um bronze, estaria muito feliz. Foi uma surpresa ter ficado na frente do americano [Troy Dumais]. Mas o canadense ficou só dez pontos à minha frente. Isso é muito pouco", disse Castro.
O ouro escapou no quarto e no quinto saltos, quando Castro não executou tão bem séries mais fáceis. Nos saltos ornamentais, séries mais difíceis bem executadas valem mais.
"O canadense tem uma série mais difícil do que a minha. Mas não adianta eu tentar forçar a série se não estou bem preparado. Para Pequim, pretendo dificultar para tentar chegar ao pódio", afirmou.
Ele garantiu a vaga na Olimpíada ao estar, em março, entre os 12 melhores do mundo.
Para o brasileiro, a torcida foi uma das variáveis que garantiram a prata inédita no trampolim de 3 m masculino. Ele havia ficado em quarto no Pan de Santo Domingo, em 2003.
"A torcida foi maravilhosa. Se fizer um salto ruim, não tem jeito, não ajuda. Mas, quando é um bom salto, o grito da galera pode fazer com que o juiz solte um 0,5 ponto a mais. Os juízes devem ter sofrido um pouco de influência. Isso é normal." Ele superou o americano, após o somatório das seis séries, em 8,65 -média de 1,4 por salto.
Os espectadores permaneceram em silêncio até a quinta série de saltos. Quando a luta pelas medalhas se definiu entre Dumais, Castro e Despatie, os torcedores passaram a vaiar os adversários dos brasileiros.
"Foi a primeira vez que vivenciei isso, mas não fico ofendido. Gosto dessa energia, do público participando. Foi um bom teste de concentração para Pequim", afirmou Despatie. "Os brasileiros são bons torcedores para seus atletas."
Com o tempo nublado e muito vento, todos os competidores reclamaram do frio durante a disputa. O Parque Aquático Maria Lenk não é coberto.
"O vento atrapalha bastante. Deixa a gente muito duro. Nas finais, foi o pior", declarou Despatie. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura durante a disputa em Jacarepaguá -bairro mais próximo do local- era de 18 C. O vento piorava ainda mais a sensação térmica.
O brasileiro Cassius Duran ficou em último na final da competição. Ele participa hoje da plataforma de 10 m, modalidade em que conquistou prata em Santo Domingo.
No salto sincronizado da plataforma de 10 m feminino, Milena Sae e Evelyn Winkler ficaram na última colocação.


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