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SALTOS ORNAMENTAIS
Prata, Castro traça plano para Jogos Olímpicos
Saltador brasileiro fica a 10,95 pontos do vice olímpico no trampolim de 3 m
Anfitrião diz que medalha tem sabor de vitória e elogia torcida, que vaiou seus
principais rivais na hora em que a disputa ficou acirrada
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Com "gosto de ouro", César
Castro conquistou ontem a medalha de prata nos saltos ornamentais, no trampolim de 3 m.
Pensando na Olimpíada de Pequim, em 2008, o atleta pretende dificultar a série para mais
uma vez subir ao pódio.
Após uma série de seis saltos,
o brasileiro ficou apenas 10,95
pontos atrás do canadense Alexandre Despatie, prata na
Olimpíada de Atenas, em 2004.
"Se saísse com um bronze,
estaria muito feliz. Foi uma
surpresa ter ficado na frente do
americano [Troy Dumais]. Mas
o canadense ficou só dez pontos à minha frente. Isso é muito
pouco", disse Castro.
O ouro escapou no quarto e
no quinto saltos, quando Castro não executou tão bem séries
mais fáceis. Nos saltos ornamentais, séries mais difíceis
bem executadas valem mais.
"O canadense tem uma série
mais difícil do que a minha.
Mas não adianta eu tentar forçar a série se não estou bem
preparado. Para Pequim, pretendo dificultar para tentar
chegar ao pódio", afirmou.
Ele garantiu a vaga na Olimpíada ao estar, em março, entre
os 12 melhores do mundo.
Para o brasileiro, a torcida foi
uma das variáveis que garantiram a prata inédita no trampolim de 3 m masculino. Ele havia
ficado em quarto no Pan de
Santo Domingo, em 2003.
"A torcida foi maravilhosa. Se
fizer um salto ruim, não tem
jeito, não ajuda. Mas, quando é
um bom salto, o grito da galera
pode fazer com que o juiz solte
um 0,5 ponto a mais. Os juízes
devem ter sofrido um pouco de
influência. Isso é normal." Ele
superou o americano, após o
somatório das seis séries, em
8,65 -média de 1,4 por salto.
Os espectadores permaneceram em silêncio até a quinta série de saltos. Quando a luta pelas medalhas se definiu entre
Dumais, Castro e Despatie, os
torcedores passaram a vaiar os
adversários dos brasileiros.
"Foi a primeira vez que vivenciei isso, mas não fico ofendido. Gosto dessa energia, do
público participando. Foi um
bom teste de concentração para Pequim", afirmou Despatie.
"Os brasileiros são bons torcedores para seus atletas."
Com o tempo nublado e muito vento, todos os competidores reclamaram do frio durante
a disputa. O Parque Aquático
Maria Lenk não é coberto.
"O vento atrapalha bastante.
Deixa a gente muito duro. Nas
finais, foi o pior", declarou Despatie. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura durante a
disputa em Jacarepaguá -bairro mais próximo do local- era
de 18 C. O vento piorava ainda
mais a sensação térmica.
O brasileiro Cassius Duran
ficou em último na final da
competição. Ele participa hoje
da plataforma de 10 m, modalidade em que conquistou prata
em Santo Domingo.
No salto sincronizado da plataforma de 10 m feminino, Milena Sae e Evelyn Winkler ficaram na última colocação.
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