São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Na lanterna, Santos tem que "pagar" por apoio

Promoções atraem mais torcida à Vila na luta do time contra o rebaixamento

Sem entradas livres, São Paulo leva 11 mil pagantes ao Morumbi e arrecada R$ 155 mil; Santos, com público parecido, embolsa R$ 18 mil


DA REPORTAGEM LOCAL

Logo após a derrota contra o Palmeiras, na quinta, o pressionado Cuca, novamente, repetiu as palavras de dias atrás: "Não estou no direito de pedir, mas peço à torcida que apóie. Que vá à Vila no domingo".
Hoje, contra o Vasco, apesar da péssima campanha do time, que só ganhou um jogo no Nacional e amarga hoje a lanterna, a diretoria santista espera bom público na Vila Belmiro. Nos últimos três jogos em casa, o Santos levou mais de 10 mil pessoas ao seu estádio.
A boa média não se deve ao futebol apresentado pela equipe, que freqüenta a zona do rebaixamento há dez rodadas.
A façanha santista está relacionada a promoções feitas pela diretoria. Com a camisa do time, o torcedor paga meia-entrada. Mulheres, acompanhadas de pagantes, não pagam.
No jogo contra o Goiás, último sem promoção, menos de 4.000 foram à Vila. No estádio há 21.567 lugares.
Segundo a assessoria de imprensa do clube, a promoção é fruto do momento que a equipe está passando, que exige esse tipo de incentivo. "É uma solução para ajudar o problema do campo, mas não financeira", reconhece o assessor de imprensa do Santos, Aldo Neto.
Se em termos de público a iniciativa é bem-sucedida, o aspecto financeiro é contestável. Tanto as entradas distribuídas como a gratuidade das mulheres são pagas pelo clube.
Contra o Sport, a renda do jogo foi de R$ 155.280. Do valor, R$ 58.050 foram descontados por conta dos ingressos promocionais. Contra o Botafogo, o custo dos ingressos distribuídos gratuitamente foi de R$ 13.500, segundo a CBF. O público contra os cariocas foi superior a 10 mil pessoas, mas a renda, de R$ 38 mil.
"Não estamos perdendo dinheiro porque tem outras variáveis que não são financeiras. Quanto valem esses pontos que ganhamos contra o Sport, que não teríamos conseguido sem a torcida?", questiona Neto.
Na partida contra o Grêmio, novamente mais de 10 mil estiveram no estádio. No entanto menos de 6.000 pagaram para ver o jogo. O resultado foi uma renda líqüida de R$ 17.908.
O São Paulo, por exemplo, levou ao Morumbi público semelhante (cerca de 11 mil) na partida contra o Sport e faturou, líquido, R$ 144.500. Ou seja, mais de oito vezes o valor embolsado pelo Santos.
"Não é com redução [no preço] de ingresso que o Santos levará torcedor ao estádio. Quando tiver time, pode cobrar preço alto", diz Francisco Lopes, ex-diretor de futebol do Santos, hoje na oposição. "Num show do Frank Sinatra, pode cobrar US$ 100 que um mês antes os ingressos estarão esgotados. Agora, do Tiririca, pode cobrar seis mexericas e uma banana, que ninguém vai.
(RICARDO VIEL)



Texto Anterior: Juca Kfouri: Que delícia de campeonato
Próximo Texto: Técnico fala em apostar em meninos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.