Aclimatações no Japão são comemoradas por comitê

LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO

Às vésperas da abertura dos Jogos de Pequim, a candidatura de Tóquio pela Olimpíada de 2016 usa a seu favor o fato de delegações de ao menos 25 países terem escolhido o Japão como palco dos últimos treinamentos e da aclimatação antes da viagem para a China.
Além das equipes brasileiras de judô, ginástica, vôlei e handebol masculino, outras delegações que estarão em Pequim têm passagem prevista pelo Japão antes da Olimpíada. E a candidatura de Tóquio-2016 quer aproveitar tais visitas para promover seu pleito.
"Estamos muito orgulhosos que nós japoneses contribuiremos com o Movimento Olímpico recebendo atletas estrangeiros para aclimatação dos Jogos de Pequim. Ao optarem pelo Japão em um estágio de preparação tão crucial, as nações revelam uma confiança significativa na habilidade de seus anfitriões em atender as necessidades dos atletas de elite", disse à Folha o presidente do Comitê de Candidatura de Tóquio-2016, Ichiro Kono.
"Pretendemos exibir as virtudes [da candidatura] e fortalecer nossa reputação perante a comunidade olímpica internacional", completou Kono.
Ele destacou que a presença no país de figuras como a russa Yelena Isinbayeva, multirecordista do salto com vara, e da campeã mundial e olímpica de heptatlo Carolina Kluft (acompanhada de mais 70 compatriotas suecos) não é importante apenas para mostrar ao mundo que o Japão tem plenas condições de receber uma nova Olimpíada -foi sede dos Jogos de verão de 1964.
Afirmou que isso incentiva também o público local, já que é raríssima a oportunidade de acompanhar tantos atletas de elite de várias modalidades simultaneamente: "As próximas gerações de competidores ficarão exultantes de acompanhar ao vivo os melhores atletas do mundo. Sentir a grande energia dos atletas no Japão será uma grande experiência para a gente, da qual desfrutaremos por anos e anos."
O comitê de Tóquio não realiza um controle formal do número de atletas estrangeiros que optou pelo Japão nesta reta final de treinamentos para Pequim. Kono, por exemplo, citou apenas os ginastas brasileiros que estão Tóquio. Mesmo assim, ele revelou alguns dados com os quais trabalha.
"De acordo com as informações que recebemos, cerca de mil atletas, técnicos e oficiais de ao menos 25 países estão aqui para treinos", falou o médico, cuja entidade pretende usar o estágio dos estrangeiros também como laboratório para o pleito por 2016.
"Felizmente, teremos a oportunidade de ouvir de pessoas envolvidas no Movimento Olímpico em todas as partes do mundo. Isso nos permitirá aprender melhor as necessidades dos atletas, Comitês Olímpicos Nacionais e da família olímpica como um todo. Estamos prontos para alterar o planejamento, a partir das demandas dos atletas."
Kono concluiu seu raciocínio lembrando que o Japão tem tradição e mercado para diversas modalidades e citou eventos internacionais realizados no arquipélago, tais como as finais da Liga Mundial e do Grand Prix de vôlei.


Texto Anterior: Tapa na cara: Para escadinha, pódio é prêmio de consolação
Próximo Texto: Oportunista: Japão busca se promover na China
Índice