São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

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Com novatos, Brasil é octocampeão

Seleção masculina encerra jejum com oitavo título da Liga de vôlei e se torna uma das maiores vencedoras do torneio

Representantes da nova geração de Bernardinho não se intimidam, e time vence a Sérvia por 3 sets a 2 nos domínios do adversário

Darko Vojinovic/Associated Press
Coma bandeira do Brasil, o levantador Bruno chora depois da conquista da Liga Mundial de vôlei

DA REPORTAGEM LOCAL

Fazia um ano e sete meses que o Brasil não via sua seleção masculina de vôlei dando um peixinho conjunto em quadra. O gesto, símbolo das conquistas brasileiras, voltou a ser feito ontem em Belgrado (Sérvia).
A seca de títulos, a maior da era Bernardinho (no comando do time desde 2001), foi encerrada com uma conquista que colocou o país entre os maiores vencedores da Liga Mundial.
Com uma vitória sobre a Sérvia por 3 sets a 2 (22/25, 25/23, 25/22, 23/25 e 15/12), o Brasil tornou-se octocampeão do torneio, como a Itália. Méritos, principalmente, do treinador, vitorioso em todas as Ligas Mundiais desde que assumiu a seleção, exceto no ano passado.
Apesar de ter sido o sétimo título de Bernardinho no torneio, ele comemorou como se fosse o primeiro. A vitória sobre os sérvios, que jogaram com o apoio de sua torcida, consolidou um trabalho de renovação da seleção nacional que se iniciou após o revés na final dos Jogos de Pequim-2008.
"É bom constatar o amadurecimento desta equipe. Foi uma vitória da superação. Este é um grupo que soube buscar o caminho da vitória em uma situação adversa", comentou Bernardinho após o término do jogo.
De fato, os novatos conseguiram se superar nos momentos decisivos. Incentivados por Giba e Escadinha -remanescentes da antiga geração-, Bruno, Leandro Vissotto, Murilo, Sidão e Lucas mantiveram a concentração para chegar à vitória.
Vissotto, inclusive, foi o maior nome, com 29 pontos. Já no primeiro set, o oposto se destacou com cinco pontos de ataque. Entretanto a seleção errou muito e acabou sendo superada na final da parcial.
O ponto final foi marcado pelo oposto sérvio Miljkovic.
Na parcial seguinte, o Brasil voltou mais concentrado. As duas equipes se revezavam no placar até que, no final do set, o time brasileiro fez uma série de defesas espetaculares. Isso incendiou a equipe, que empatou a partida em 1 a 1.
Os sérvios entraram em quadra abalados no terceiro set, e o Brasil teve mais facilidade. Desde o início, abriu uma vantagem e não chegou a ser ameaçado pelos rivais. Num ataque de Giba, virou a partida.
O quarto set foi o mais disputado e dramático. O experiente levantador Grbic usava continuamente o oposto Miljkovic, que não se intimidava diante do bloqueio triplo. Pelo Brasil, o levantador Bruno, que é filho de Bernardinho, acionava Vissotto sempre que o passe não chegava perfeito às suas mãos.
No final da parcial, uma confusão da arbitragem reverteu um ponto sérvio para o Brasil. Isso colocou o time de Bernardinho em vantagem de 22 a 21, mas acabou levantando a torcida local. Com o ginásio de pé, os sérvios vibravam a cada bola no chão. No ponto decisivo, Vissotto atacou para fora. Partida empatada novamente.
No tie-break, o Brasil parecia que iria entregar o jogo. A Sérvia, empurrada pela torcida, conseguiu abrir três pontos (6 a 3) com um ace e um ataque de Miljkovic. Mas o time de Bernardinho virou o placar com uma jogada de Murilo (11 a 10).
Daí em diante, os brasileiros mantiveram-se à frente e, num ataque do experiente Giba, venceram a partida.
"Acho que esta geração ainda cometerá muitos erros. Espero que eles tenham aprendido com essa competição e que permaneçam competitivos no futuro", declarou Bernardinho.


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