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Com novatos, Brasil é octocampeão
Seleção masculina encerra jejum com oitavo título da Liga de vôlei e se torna uma das maiores vencedoras do torneio
Representantes da nova geração de Bernardinho não se intimidam, e time vence
a Sérvia por 3 sets a 2 nos domínios do adversário
Darko Vojinovic/Associated Press
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Coma bandeira do Brasil, o levantador Bruno chora depois da conquista da Liga Mundial de vôlei
DA REPORTAGEM LOCAL
Fazia um ano e sete meses
que o Brasil não via sua seleção
masculina de vôlei dando um
peixinho conjunto em quadra.
O gesto, símbolo das conquistas brasileiras, voltou a ser feito
ontem em Belgrado (Sérvia).
A seca de títulos, a maior da
era Bernardinho (no comando
do time desde 2001), foi encerrada com uma conquista que
colocou o país entre os maiores
vencedores da Liga Mundial.
Com uma vitória sobre a Sérvia por 3 sets a 2 (22/25, 25/23,
25/22, 23/25 e 15/12), o Brasil
tornou-se octocampeão do torneio, como a Itália. Méritos,
principalmente, do treinador,
vitorioso em todas as Ligas
Mundiais desde que assumiu a
seleção, exceto no ano passado.
Apesar de ter sido o sétimo
título de Bernardinho no torneio, ele comemorou como se
fosse o primeiro. A vitória sobre os sérvios, que jogaram
com o apoio de sua torcida,
consolidou um trabalho de renovação da seleção nacional
que se iniciou após o revés na final dos Jogos de Pequim-2008.
"É bom constatar o amadurecimento desta equipe. Foi uma
vitória da superação. Este é um
grupo que soube buscar o caminho da vitória em uma situação
adversa", comentou Bernardinho após o término do jogo.
De fato, os novatos conseguiram se superar nos momentos
decisivos. Incentivados por Giba e Escadinha -remanescentes da antiga geração-, Bruno,
Leandro Vissotto, Murilo, Sidão e Lucas mantiveram a concentração para chegar à vitória.
Vissotto, inclusive, foi o
maior nome, com 29 pontos. Já
no primeiro set, o oposto se
destacou com cinco pontos de
ataque. Entretanto a seleção
errou muito e acabou sendo superada na final da parcial.
O ponto final foi marcado pelo oposto sérvio Miljkovic.
Na parcial seguinte, o Brasil
voltou mais concentrado. As
duas equipes se revezavam no
placar até que, no final do set, o
time brasileiro fez uma série de
defesas espetaculares. Isso incendiou a equipe, que empatou
a partida em 1 a 1.
Os sérvios entraram em quadra abalados no terceiro set, e o
Brasil teve mais facilidade.
Desde o início, abriu uma vantagem e não chegou a ser ameaçado pelos rivais. Num ataque
de Giba, virou a partida.
O quarto set foi o mais disputado e dramático. O experiente
levantador Grbic usava continuamente o oposto Miljkovic,
que não se intimidava diante do
bloqueio triplo. Pelo Brasil, o
levantador Bruno, que é filho
de Bernardinho, acionava Vissotto sempre que o passe não
chegava perfeito às suas mãos.
No final da parcial, uma confusão da arbitragem reverteu
um ponto sérvio para o Brasil.
Isso colocou o time de Bernardinho em vantagem de 22 a 21,
mas acabou levantando a torcida local. Com o ginásio de pé, os
sérvios vibravam a cada bola no
chão. No ponto decisivo, Vissotto atacou para fora. Partida
empatada novamente.
No tie-break, o Brasil parecia
que iria entregar o jogo. A Sérvia, empurrada pela torcida,
conseguiu abrir três pontos (6 a
3) com um ace e um ataque de
Miljkovic. Mas o time de Bernardinho virou o placar com
uma jogada de Murilo (11 a 10).
Daí em diante, os brasileiros
mantiveram-se à frente e, num
ataque do experiente Giba,
venceram a partida.
"Acho que esta geração ainda
cometerá muitos erros. Espero
que eles tenham aprendido
com essa competição e que permaneçam competitivos no futuro", declarou Bernardinho.
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