São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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VÔLEI

Favorito ao ouro, time de Bernardinho encara ex-potência rediviva por vaga em final

Decepção feminina aumenta pressão sobre homens em revanche com EUA

DO ENVIADO A ATENAS

Uma medalha olímpica é o sonho de qualquer atleta. Para Bernardinho, no entanto, ela só pode ter uma cor: dourada.
O técnico e seus comandados sabem que um resultado que não seja o topo do pódio em Atenas pode depreciar um trabalho de quatro anos recheado de glórias.
Por isso, encaram a partida contra os EUA, hoje, às 15h30, como a primeira final nesta Olimpíada.
O duelo ganha ainda mais peso após o fracasso da seleção feminina, ontem, que jogou sobre os ombros dos homens a responsabilidade de repetir o feito dourado do vôlei de praia.
O adversário da semifinal chegou desacredito à Grécia, construiu campanha razoável (3 vitórias e 2 derrotas) e ainda venceu um confronto épico para chegar à briga por medalhas.
Nas quartas-de-final, os EUA perdiam para a Grécia por 2 a 1 em sets e 20 a 12 na quarta parcial, mas viraram. No tie-break, salvaram um match point.
"Fizemos o impossível", comentou o meio Ryan Millar.
"Não davam nada por nós, mas sabíamos desde o início que poderíamos fazer coisas especiais", emendou o ponta Kevin Barnett.
Os norte-americanos tentam pôr fim a um incômodo jejum. Sua seleção, potência do vôlei e bicampeã olímpica nos anos 80, não consegue ir ao pódio de uma competição da "tríplice coroa" -Olimpíada, Mundial e Liga Mundial- desde 1994, quando conquistaram o bronze no Mundial, também na Grécia.
O retrospecto é bem diferente da galeria colecionada por Bernardinho desde que assumiu a seleção, em 2001. O técnico levou a equipe a 11 títulos e 13 finais em 14 torneios disputados.
Só falta a ele o ouro olímpico, conquistado pela única vez em Barcelona-1992, quando a seleção era comandada por José Roberto Guimarães, que amanhã busca o bronze com o time feminino.
Com este currículo, a seleção brasileira é favorita na partida de hoje, que ganhou em rivalidade após o último jogo da fase de classificação. Com vaga assegurada nos mata-matas, Bernardinho escalou um time misto contra os EUA e viu quebrada uma série de 31 vitórias em partidas oficiais.
"O Brasil atuou de forma constrangedora", declarou o levantador e capitão Lloy Ball após o 3 a 1.
O comportamento norte-americano fez Bernardinho usar a palavra "arrogância" para se referir aos adversários e turbinar a "guerra de nervos".
"O primeiro jogo não valeu. Agora chegou a hora", afirmou o meio Gustavo.
Hoje, ao lado de Ricardinho, André Nascimento, Giba, Dante, André Heller e Escadinha, o meio-de-rede tenta provar sua tese para começar a repetir Barcelona. Em 1992, a seleção bateu os mesmos EUA, na mesma semifinal. (LUÍS CURRO)


NA TV - Globo, Band, Sportv 2, ESPN Brasil e Bandsports, ao vivo, às 15h30


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