São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2006
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Massa faz pole virtual em Istambul
Ferrarista torna-se o 12º entre os pilotos ainda em atividade na F-1 e o sexto brasileiro a largar na ponta de uma corrida Apesar do "dia fantástico", parceiro de Schumacher sabe que prioridade será diminuir folga da Renault e de Alonso nos Mundiais FÁBIO SEIXAS ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL Felipe Massa, 25, tornou-se ontem o sexto brasileiro a conquistar uma pole position na F-1. Mais: tornou-se o décimo homem que mais demorou até conseguir a primeira posição de um grid. Mais: tornou-se o 12º entre os pilotos em atividade a cravar o melhor tempo em um treino classificatório. Menos: o resultado histórico conquistado ontem em Istambul é simbólico. Foi uma pole vazia. "Neste momento, sem dúvida nenhuma, temos que pensar em conquistar os dois campeonatos", disse Massa, quando questionado sobre as chances de converter a pole em vitória. A mensagem é cristalina. Com Michael Schumacher em segundo e Fernando Alonso em terceiro, o brasileiro terá a incumbência de trabalhar para a escuderia, tentando se colocar entre o alemão e o espanhol. Em suma, terá que abrir caminho para que Schumacher tente disparar na frente e vencer. A largada para o GP da Turquia, 14ª etapa do Mundial, será às 9h (de Brasília), com TV. "Foi um dia fantástico para mim. Conquistar a primeira pole é sempre um momento especial e sei que nunca vou esquecer disso. É um sacrifício que fazemos a vida toda. Lutei sempre para conseguir isso aqui", completou o brasileiro. À sua direita, na entrevista dos três primeiros colocados, o companheiro de Ferrari tinha a cara amarrada. O alemão foi o mais rápido no último treino livre e cravou o melhor tempo no segundo bloco da classificação. No momento decisivo, a terceira parte da sessão, porém, falhou. Errou na primeira curva do circuito quando tinha um jogo novo de pneus e foi parar na grama. Retornou aos boxes e na sua última tentativa teve que pilotar com mais cautela. "Sei que não deveria reclamar da primeira fila, mas hoje [ontem] definitivamente não fui bem. Não consegui usar todo o potencial do carro", admitiu o heptacampão, que em seguida elogiou o brasileiro. "Estou feliz pelo Felipe. Ele conseguiu uma volta excepcional e, para ser honesto, eu não sei se teria conseguido superá-lo." Alonso parecia mais entusiasmado do que os ferraristas com o resultado. "Trabalhamos desde o começo do fim de semana pensando numa estratégia para a corrida, então o terceiro lugar no grid é animador", afirmou, deixando no ar a possibilidade de ter mais gasolina no tanque que seus rivais. Assim, poderia adiar seu primeiro pit stop e tentar tomar a liderança, cartada que vem se tornando decisiva neste ano. Faltando cinco etapas para o fim do Mundial -contando o GP de hoje- Alonso lidera com dez pontos de folga sobre Schumacher. E ambos precisam lançar mão de todos seus trunfos. Os do espanhol, a essa altura do ano, são escassos: Giancarlo Fisichella, seu companheiro de equipe, é ineficiente, e a Renault já não é mais tão rápida como no início da temporada. Schumacher está mais bem servido. Massa já roubou pontos de Alonso, e os pneus da Ferrari, fabricados pela Bridgestone, se adaptam melhor ao calor -a previsão é de 35 C. Mas ontem o dia foi de Massa, que comemorou a conquista de forma discreta, sem choro ou desabafos, ao lado do pai, Luiz Antônio. Paulistano criado em Botucatu (interior de SP), na categoria desde 2002, ele faz na Turquia seu 66º GP. O piloto que mais esperou até conquistar a primeira pole foi Jarno Trulli: 116 corridas. O que mais demorou para vencer, Rubens Barrichello: 124. Massa escapou do primeiro "recorde" e certamente não quer chegar ao segundo. Mas sabe que hoje será complicado. Sabe que pilota para a Ferrari. NA TV - GP da Turquia Globo, ao vivo, às 9h Texto Anterior: Juca Kfouri: Na cesta do lixo Próximo Texto: Frase Índice |
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