São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2007

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CIDA SANTOS

Tempos difíceis


Depois da crise que atingiu a seleção masculina, foi a vez de as mulheres terem, no Grand Prix, atuação decepcionante


A TEMPORADA não começou bem para o vôlei brasileiro. No masculino, a primeira grande crise da era Bernardinho, com o corte de Ricardinho. No feminino, resultados inesperados. Primeiro foi o tropeço na final do Pan. Agora, quatro derrotas seguidas no Grand Prix e o amargo quinto lugar.
No Pan, o problema do feminino foi mais emocional do que técnico. Algumas questões de relacionamento no grupo e turbulências na quadra. Na partida final, contra Cuba, o time inteiro jogou bem abaixo do seu potencial e perdeu. O técnico Zé Roberto fez então alterações: deixou Mari fora do Grand Prix. Três titulares também não viajaram: Fofão e Walewska ganharam folga. Jaqueline, que já não atuou no Pan, cumpre suspensão por doping.
Na primeira fase, o Brasil enfrentou rivais mais frágeis e só teve uma derrota em nove jogos. Já na etapa final, em cinco jogos, só conseguiu uma vitória, sobre a Polônia. Perdeu de Rússia, Holanda, Itália e China.
A seleção começou a se desestabilizar depois do tropeço na segunda rodada para a Rússia, adversário que impôs as derrotas mais doloridas às brasileiras: na semifinal da Olimpíada de 2004 e na final do Mundial de 2006. Em um dos pedidos de tempo contra as russas, Zé Roberto chegou a perguntar às atletas: "Nós vamos afrouxar até quando para esse time?". Em entrevista, a atacante Sheila afirmou que, depois da derrota para a Rússia, "o time perdeu a cabeça, perdeu a confiança e não conseguiu se encontrar".
O que chama a atenção é a falta na seleção de uma atacante realmente de força, que coloque as bolas no chão. Uma alternativa é começar a trabalhar com Natália, 18, 1,84 m. No mês passado, foi a melhor jogadora e atacante do Mundial juvenil. Lembra Ana Moser, pela força e estilo. Para a Copa do Mundo, em novembro, e principalmente para os Jogos de Pequim, seria saudável também à seleção voltar a ter uma psicóloga para trabalhar com o grupo.
O título ficou para a surpreendente Holanda, seleção sem tradição no vôlei feminino e que conseguiu no Grand Prix sua maior conquista. Venceu os cinco jogos da fase final. É um time que treina junto o ano inteiro, é alto e tem boa defesa.

RUMO À ITÁLIA
Ricardinho, cortado da seleção dois dias antes da estréia nos Jogos Pan-Americanos, só fica mais esta semana no Brasil. O levantador viaja na próxima segunda-feira para a Itália. Ele volta a treinar no Modena a partir do dia 5 de setembro. No clube italiano, terá novo técnico: Giani, ex-atacante da Itália.

SUL-AMERICANO
Já a seleção brasileira masculina se prepara para disputar o Sul-Americano, que começa no mesmo dia 5, no Chile. O Brasil está no Grupo A, junto com Uruguai, Colômbia e Venezuela, que é dirigida por Ricardo Navajas. No B estão Argentina, Chile, Peru e Paraguai.

cidasan@uol.com.br

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