São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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Bernardinho evita prometer mais um ciclo de vitórias

Técnico da seleção masculina de vôlei diz que seria "irreal" prever que nova geração repetirá feitos da atual equipe

Treinador aponta retorno de selecionáveis à Superliga como ponto positivo para a formação de novos talentos para o futuro time nacional


MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O futuro da seleção masculina de vôlei tem tirado o sono de Bernardinho. Após a derrota na final dos Jogos de Pequim para os EUA, o técnico vem pensando sobre o processo de renovação que ocorrerá na equipe para o próximo ciclo olímpico.
"Não consegui dormir nas 12 horas do primeiro trecho da viagem que foi de Hong Kong a Toronto. Não consegui afastar meu pensamento sobre o futuro dessa equipe. Sei que é até meio paranóia", confessou o técnico em entrevista coletiva após o desembarque no Brasil.
A preocupação do técnico tem respaldo. A equipe brasileira teve duas baixas imediatas após os Jogos: o meio-de-rede Gustavo e o oposto Anderson.
Além deles, é possível que Bernardinho não conte em Londres-2012 com Giba, que tem pretensões de parar após o Mundial de 2010. Rodrigão tem planos de jogar na praia no futuro. Outros três jogadores -Marcelinho, André Heller e Serginho- terão mais de 36 anos na próxima Olimpíada.
"Estes jogadores impediram que a fila andasse por muitos anos, por suas qualidades e conquistas. Agora, é natural que algumas mudanças ocorram, até porque alguns deles não estarão com a equipe em 2012", disse o técnico, cuja permanência na seleção ainda não foi confirmada oficialmente.
Bernardinho não citou nominalmente quem poderia vir a integrar a seleção. Apenas deu pistas de que a renovação pode vir da seleção de novos, da Superliga ou do exterior.
Já querendo blindar seus futuros pupilos de críticas e comparações com essa geração, Bernardinho furtou-se a prometer títulos e seqüências de vitórias. Com o treinador no comando desde 2001, foram 19 títulos e cinco vice-campeonatos em 26 torneios disputados.
"Não adianta dizer que vamos repetir tudo o que foi feito no último ciclo olímpico porque isso seria irreal. Mas posso prometer que ainda seremos muito competitivos", disse.
Um ponto positivo levantado pelo técnico no processo de renovação é o retorno dos atletas da seleção ao país e à Superliga.
André Heller e André Nascimento vão jogar a competição pelo Minas, Samuel defenderá o Suzano e Serginho acertou contrato com São Bernardo.
Outros jogadores esperados são Gustavo, que manifestou interesse em deixar a Itália, e Rodrigão, que recebeu propostas para voltar em 2009.
"Vai ser bom para os jovens conviver com esses jogadores que vão retornar. Eles terão boas referências e vão amadurecer mais rápido para integrar a seleção", afirmou o técnico.
Para liderar a futura equipe, o técnico demonstrou que gostaria que seu filho, o levantador Bruno, assumisse a missão.
"Já fui capitão do meu time [Florianópolis] e posso assumir essa responsabilidade. Está na genética", brincou Bruno.


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