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Maradona cutuca Pelé e exalta Brasil de Dunga
Argentino relembra que venceu o Rei em votação
DA REPORTAGEM LOCAL
Farpas contra Pelé, afagos
para os jogadores de Dunga.
Foi assim uma entrevista que
Maradona concedeu ao site da
Fifa, divulgada ontem, quase
inteiramente dedicada a um
único tema: futebol brasileiro.
O ex-camisa 10 (agora treinador da seleção argentina, que
no próximo dia 5 recebe o Brasil pelas eliminatórias da Copa
do Mundo de 2010) não perdeu
a chance de mais uma vez atacar Pelé, seu eterno desafeto.
Primeiro, Maradona declarou que, a seu favor, pesa o fato
de ter jogado na Europa.
"Joguei dez anos no futebol
europeu, e Pelé jogou na América. Ele ganhou Mundiais, e tudo, mas jogar na Europa é outra
coisa. Joguei em uma época do
futebol italiano e espanhol em
que os marcadores eram cães
de caça. Ainda que, por isso,
não tenha sido muito melhor
que ele", declarou o ídolo argentino, que também falou que
o brasileiro teve a vantagem de
jogar com craques.
"Pelé teve Coutinho e Rivellino, que para mim é top. E depois teve Jairzinho, Clodoaldo,
Gérson, Tostão. Ufa! Teve
monstros [ao seu lado]", falou
Maradona, para depois citar
pesquisas de opinião sobre
quem foi melhor futebolista.
E lembrou que, em votação
no site da Fifa, venceu Pelé.
Maradona, no entanto, derramou elogios aos jogadores
brasileiros atuais. Afirmou que
o time joga muito bem, mas que
ainda não conseguiu definir seu
titular da lateral esquerda.
Disse que gostaria de ter Kaká no seu time ("Ele desequilibra"), derreteu-se por Júlio César ("Na minha opinião, o Brasil tem o melhor goleiro do
mundo, diferentemente de outras épocas, quando os goleiros
brasileiros colocavam no gol as
bolas que iam para fora") e fez
fartos elogios a Maicon ("Parece um trator"), a Robinho e aos
zagueiros da seleção brasileira.
Maradona disse que hoje se
dá bem com Dunga, mas não
deixa de criticá-lo como atleta.
"Quando jogava, Dunga queria ser o xerife do campo. Vinha
com suas pernas grandes e tentava dominar o meio do campo.
E, quando o rival não se apequenava, ele queria virar o dono do campo. Por isso, lembro
do dia do gol de Caniggia [que
eliminou o Brasil da Copa de
1990], porque [no lance] tentou
dar um pontapé para me derrubar, e consegui passar. Não tocou na bola nem em mim."
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