MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Missão cumprida. Ao vencer ontem o Vitória por 4 a 1 na Vila Belmiro, o Santos conseguiu o objetivo de somar seis pontos nos dois jogos em casa -o time havia vencido antes o Atlético-MG. O sonho de se isolar na tabela, porém, não veio nessa rodada.
O time de Vanderlei Luxemburgo já entrou em campo, às 18h, sabendo que desgarrar na tabela seria impossível. O também líder de pontos Atlético-PR virara o jogo contra o Flamengo, deixando de ser escolta para assumir a ponta provisória sozinho. Para o Santos, vencer o Vitória era necessidade.
Estranho é que, no começo do primeiro tempo, a equipe não demonstrava a menor objetividade. A primeira finalização perigosa dos santistas só foi ocorrer aos 24min, quando Robinho avançou pela esquerda e chutou para o encaixe do goleiro Juninho.
Antes disso, o Vitória já havia chegado pelo menos três vezes com perigo, aproveitando-se principalmente da velocidade de Edílson. Mas foi Obina quem desperdiçou a melhor chance, ao fintar dois defensores santistas e chutar a bola na arquibancada.
Aos 28min, ele resolveu calibrar o pé e disparou um míssil de fora da área, que Mauro desviou para escanteio. O Santos era acossado em sua própria casa, por um adversário que queria vencer para se afastar da zona da degola.
Um minuto depois, porém, os donos da casa mostraram suas armas. O time quase saiu na frente quando Robinho rasgou a defesa e chutou cara a cara com Juninho, mas o goleiro impediu o gol.
A partir daí, a equipe de Luxemburgo equilibrou a partida e levou mais perigo à defesa baiana. Aos 40min, Robinho recebeu dentro da área e, quase no chão, arriscou chute de virada que passou perto da trave. Ao todo, foram oito finalizações santistas contra cinco do Vitória no primeiro tempo.
Mas o que esquentou mesmo o final da etapa inicial foi uma disputa de bola ríspida entre o volante Amaral e o atacante Robinho, que gerou bate-boca acalorado. O juiz Wilson de Souza Mendonça não viu razões para mostrar cartões e encerrou a etapa.
No intervalo, o Santos perdeu o goleiro Mauro, que saiu mancando, e o chileno Tapia assumiu as traves 25 dias após ter perdido sua condição de titular.
E o primeiro gol em seu regresso só tardou dois minutos. Edílson esticou para Obina na direita do ataque, e o centroavante chutou cruzado no canto, pondo o Vitória na frente do placar.
Mais dois minutos e era a vez do Santos empatar. Em falta da entrada da área, Elano bateu com categoria e jogou no ângulo direito de Juninho, sem chances.
O Santos imprimiu mais velocidade e, no embalo, quase virou a partida aos 7min. Preto Casagrande passou por três defensores baianos e chutou rasteiro. Juninho salvou com os pés.
O gol de Elano fora uma ducha de água fria no Vitória, mas outro banho atingiria em cheio a cabeça do técnico Hélio dos Anjos, na forma de dois copos d'água arremessados da arquibancada.
Aos 17min, Luxemburgo resolveu arriscar. Chamou o reserva Basílio para reforçar o ataque, no lugar do volante Fabinho. Em um minuto, a aposta deu certo.
Numa saída errada da defesa baiana, Basílio passou para Robinho, que, dentro da área e em posição duvidosa, marcou.
E o Santos não parou. A Vila passou a assistir um jogo de um time só, que ocupava a intermediária rival com desenvoltura. Do outro lado, o Vitória parecia perdido -enquanto o Botafogo vencia o Paraná e empurrava os baianos para a zona de rebaixamento.
Com o jogo sob controle, Luxemburgo resolveu poupar munição e fez entrar o volante Bóvio no lugar de Basílio, que ontem não chegou a empolgar. Mas o time seguiu acertando na mosca.
Aos 40min, Robinho rolou para Elano, que ajeitou para Ricardinho acertar o canto e fazer o terceiro do Santos. Nos descontos, Basílio chutou, Juninho defendeu, e Robinho, livre, fez seu 19º gol.
Dobradinha em casa confirmada, agora o Santos defenderá a liderança do campeonato fora da Vila. A equipe enfrenta nesta quarta o Internacional, em Porto Alegre. No sábado, em Campinas, encara o lanterna Guarani.


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