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"Técnico polêmico é que é bom", diz vice corintiano
Antoine Gebran apóia Nelsinho, que falou ter assumido por "grana e
publicidade"
Treinador, ouvido pela Folha
em conversa telefônica,
afirmou que, se quisesse
ganhar dinheiro, teria feito
contrato longo e com multa
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A diretoria do Corinthians
respaldou as declarações do
técnico Nelsinho Baptista, que
disse, em diálogo ouvido pela
Folha na última segunda-feira,
que assumia o clube alvinegro
por "grana e publicidade".
"Futebol é assim. É polêmico. Técnico polêmico é que é
bom", declarou o vice de futebol, Antoine Gebran.
Na conversa, logo após reunião com Gebran que definiu
sua contratação até o fim do
ano, Nelsinho falou com um interlocutor sobre seu retorno ao
Parque São Jorge. O repórter
telefonou para o treinador, que
atendeu a ligação. Não respondeu, mas deixou o celular ligado enquanto falava com a outra
pessoa. O telefonema foi feito
às 22h55 e durou 15min32s.
Ontem, a reportagem tentou
ouvir o técnico, mas ele não
quis dar entrevista. Afirmou,
por meio da assessoria de imprensa do clube, que, se tivesse
aceitado o cargo por dinheiro,
teria exigido um contrato mais
longo e com multa rescisória.
O treinador até tentou isso,
mas a diretoria só aceitava contrato até o final da temporada,
sem cláusula de rescisão. Por
R$ 120 mil mensais, assegurados até dezembro, Nelsinho fechou com o Corinthians.
O contrato de três meses foi
uma imposição da diretoria por
conta da eleição de 9 de outubro. O próximo presidente corintiano pode não querer ter o
técnico no clube em 2008.
Segundo Gebran, Nelsinho é
"vencedor, experiente, capaz e
tem currículo". "Ele está recomeçando. Está voltando para a
vitrine mesmo", concordou o
cartola sobre o fato de o treinador ter dito retornar ao clube
para fazer sua "publicidade".
"Vaidade pessoal todos temos. O que ele falou vai ter que
recompensar dentro das quatro linhas", disse Gebran.
"Neste momento, a preocupação chama-se Corinthians. A
preocupação é tirar o time da
zona do rebaixamento. Se ele
conseguir, vou considerá-lo o
melhor técnico do Brasil", falou o cartola, que se diz candidato à presidência do clube.
"Se ele fizer o que precisa
[evitar o rebaixamento] tenho
certeza de que teremos feito,
aliás, de que eu fiz uma grande
contratação", complementou.
O interlocutor que falou com
Nelsinho na conversa ouvida
pela Folha afirmou ainda que,
se o time escapar do rebaixamento, o técnico deve pedir
mais dinheiro ao clube. Ele
afirmou também que, caso sua
passagem não dê certo, haver
uma possibilidade de o treinador ir para o Goiás em 2008.
Ontem, a assessoria de imprensa do clube goiano disse
que houve conversa com Nelsinho após a saída de Paulo Bonamigo, há duas semanas.
Alguns conselheiros do Corinthians mostraram revolta
com as declarações de Nelsinho. "Isso mostra que cada vez
mais o futebol não é profissional. Ele está pensando só nos
interesses dele, não na instituição. Esqueceu que, se um dia a
instituição acabar, ele não é
mais ninguém. O Corinthians
não vai acabar, ainda mais com
o Nelsinho", afirmou o ex-vice
de futebol Rubens Gomes.
O presidente do Conselho de
Orientação, Antonio Roque Citadini, disse que apóia Nelsinho, mas fez uma observação.
"Foi uma colocação pouco feliz. Mas, obviamente, o Corinthians só promove sendo bom
o trabalho dele", declarou.
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