São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

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FUTEBOL

Número de clubes que trocaram de comando durante o torneio diminui em relação ao verificado na última edição

Dança dos técnicos cai no Brasileiro-02

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Todo o pelotão da frente, boa parte do bloco intermediário e até algumas das equipes mais ameaçadas pelo rebaixamento.
No Brasileiro-02, que já está na sua reta final, menos clubes, em relação ao que aconteceu no ano passado, insistiram na surrada tentativa de trocar de treinador.
Dos 26 times que disputam o campeonato, 14, ou 54%, continuam com o mesmo comando do início do certame. Em 2001, a situação foi bem diferente.
Apenas 11 agremiações começaram e terminaram o Nacional com o mesmo treinador. Como eram 28 clubes inscritos, a proporção dos que insistiram até o fim sem trocas ficou em 39%.
Os benefícios da manutenção do treinador ficam claros na classificação. Antes dos jogos que seriam realizados ontem, todos os oito clubes da zona de classificação têm em comum o fato de manterem o mesmo comando desde o início da competição.
Time com menos derrotas (quatro), o Corinthians tem Carlos Alberto Parreira no banco desde o começa da atual temporada.
Outros clubes que não trocaram de técnico ainda têm boas chances de classificação -Coritiba, Ponte Preta e Grêmio, que mantém Tite desde o primeiro semestre do ano passado.
Mas é no Vasco de Eurico Miranda que a derrocada da dança dos técnicos encontra seu exemplo mais impressionante.
Mesmo com o clube carioca fazendo campanha medíocre -são dez derrotas em 19 jogos-, o polêmico dirigente não tirou Antônio Lopes do comando.
Na década passada, Lopes já havia permanecido no Vasco por mais de três anos.
Para quem preferiu trocar de técnico ao menor sinal de crise, o Brasileiro-02 vem sendo uma grande decepção.
O maior exemplo disso é o Atlético-PR, atual campeão da competição. Ao contrário do ano passado, quando trocou Mário Sérgio por Geninho e levou a taça, o time paranaense agora paga pela pouca paciência.
Com Valdyr Espinosa, o time ganhou 52% dos pontos disputados. Descontente com alguns resultados ruins, a diretoria o dispensou. No seu lugar, foi contratado Gílson Nunes, que ganhou só dois pontos em quatro jogos e também foi demitido. O último a chegar foi Abel Braga, que estreou com derrota diante do Inter.
Com tantas trocas, o Atlético-PR, antes da jornada de ontem, ocupava um modesto 17º lugar, bem perto da zona de descenso.
Para o Palmeiras, que já teve três treinadores, além de dois interinos, a falta de trabalho a longo prazo é ainda mais maléfica. Na lanterna, o time precisa de uma série de vitórias para escapar do cada vez mais próximo rebaixamento à segunda divisão.
Um dos poucos casos em que trocar de técnico foi bom negócio aconteceu como Figueirense.
Nas cinco rodadas iniciais, com Roberval Davino no banco, o time não marcou um gol sequer e acumulou dois empates e três derrotas. Depois da chegada de Muricy Ramalho, o time catarinense ganhou oito de 14 partidas e ainda sonha em chegar às finais.


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