São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2005

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FUTEBOL

Na volta ao Parque Antarctica após 10 anos, atacante do Figueirense encerra invencibilidade de Leão no estádio

Edmundo faz 2 gols e abala seu Palmeiras

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele foi homenageado pela torcida, declarou amor eterno ao Palmeiras, mas saiu do Parque Antarctica carrasco de sua paixão.
Com dois gols de pênalti, Edmundo marcou sua volta ao campo palmeirense após dez anos de sua saída do clube -desde então foi a primeira vez que ele atuou no estádio como adversário- e evitou que sua ex-equipe conseguisse a vitória e voltasse à zona de classificação da Libertadores.
Com o empate com o Figueirense em 2 a 2, ocorrido aos 48min do segundo tempo, o Palmeiras deixou escapar a oportunidade de ultrapassar o Fluminense e se tornar o quarto do Brasileiro. Agora, soma 55 pontos, um a menos que o rival carioca. E, para piorar, viu o Santos chegar à mesma pontuação -o Palmeiras só se mantém à frente nos critérios de desempate.
Apesar dos dois gols que decretaram o empate, Edmundo saiu ovacionado. Último a deixar o gramado, chegou a lamentar ter sido o algoz dos palmeirenses.
"Gostaria que o Palmeiras fosse o campeão, mas acabei fazendo o Palmeiras ficar ainda mais longe do Corinthians", disse o jogador.
Ele então vestiu a camisa do Palmeiras que trocou ao fim do jogo e foi ao encontro de torcedores do time paulista, que mesmo após o tropeço ocasionado pelo atacante fizeram questão de mais uma vez gritar "au, au, au, Edmundo é animal" e ainda "volta Edmundo".
Mas se o atleta do Figueirense saiu satisfeito, os jogadores do Palmeiras ficaram abatidos.
"Estamos dando os jogos para eles [adversários]", esbravejou o meia Juninho. "Nosso time não fez o goleiro do Figueirense trabalhar", disse o goleiro Marcos.
"Não fomos competentes o suficiente para vencer. Mas se não nos tornarmos cada vez mais simples, não vamos prosperar", declarou o técnico Emerson Leão.
No primeiro tempo, o Palmeiras imbatível no Parque Antarctica sob o comando de Leão parecia não ter entrado em campo. Sem Marcinho Guerreiro para proteger a zaga, o time tinha dificuldades para cobrir os espaços deixados pelas subidas dos laterais.
E a apatia palmeirense foi castigada aos 19min. Edmundo recebeu um lançamento e ficou cara a cara com Marcos. O atacante driblou o goleiro, que cometeu o pênalti. Edmundo bateu, fez o gol, mas não comemorou -apenas cumprimentou o palmeirense.
A resposta do Palmeiras só veio dez minutos mais tarde. Aos 30min, Baiano cavou falta próxima à entrada da área. Ele mesmo bateu e provocou o rebote, aproveitado por Gioino: 1 a 1.
A segunda etapa começou bem diferente para os palmeirenses. Logo aos 4min veio a virada, com Baiano, após passe de Juninho.
Mas o próprio lateral-direito, que parecia fazer sua atuação de redenção no clube, acabou como vilão. Já com a placa de três minutos de acréscimo levantada, deixou escapar a bola numa jogada em que estava sozinho. Na cobrança, Edmundo lançou Bruno, que tocou por cima de Marcos. Antes de a bola entrar, Baiano tirou com a mão -e foi expulso.
Edmundo cobrou o pênalti, converteu e não comemorou.
Mas foi o bastante para fazer com que a torcida que ele acabara de incomodar gritasse seu nome, como se ele ainda vestisse uma camisa verde número sete.


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