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Dirigente do Palmeiras cria a auto-entrevista
Salvador Palaia pergunta e responde sobre o clube e diz que Marcelo Vilar fica
Diretor de futebol afirma que tem medo do risco de o time ser rebaixado de novo, porém acredita que isso não irá acontecer desta vez
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras inaugurou ontem, um dia depois de ser derrotado por seu maior rival no
Brasileiro, um novo jeito de dar
satisfações aos torcedores: a
auto-entrevista.
Explica-se: o diretor de futebol do clube, Salvador Hugo Palaia, apareceu no centro de treinamento para responder a perguntas. Mas um único "repórter" foi autorizado a formular
questões, o próprio Palaia.
Cercado por três seguranças
e acompanhado do gerente de
futebol Ilton José da Costa, o
dirigente entrou na sala de imprensa e se posicionou em frente aos microfones. Mas logo foi
avisando que faria "apenas um
pronunciamento". E explicou:
"Eu tenho aqui comigo algumas perguntas que sei que vocês fariam. Então já as selecionei e tenho as respostas".
Segurando umas poucas folhas de papel, nas quais estavam elencadas perguntas e respostas -algumas destacadas
com caneta marca-texto- Palaia, a partir de então, começou
a se entrevistar.
O cartola respondeu a questões que ele julgava pertinentes
um dia após a derrota no clássico com o Corinthians (1 a 0).
Uma das perguntas dele para
ele mesmo foi a respeito da permanência do técnico Marcelo
Vilar no time principal.
"Uma pergunta que tenho
certeza que vocês me fariam é
sobre o Marcelo Vilar. Ele será
mantido? Pois eu respondo. Digo que ele fica", disse Palaia,
sempre seguindo o roteiro do
papel que o guiava para depois
olhar para câmeras e repórteres e responder como se as
questões tivessem vindo deles.
"O Palmeiras será rebaixado?", continuou a se interrogar
o dirigente. "Não. Tenho certeza que não. Tenho confiança no
nosso departamento de futebol", rebatia logo em seguida,
como se fosse outra pessoa.
Ao todo, Palaia respondeu a
11 questões que ele fez para si.
Além de rebaixamento e da
manutenção do técnico, o diretor falou ainda sobre que nota
daria ao elenco do Palmeiras
-manteve o 5 dado por Emerson Leão, mas fez ressalva de
que era numa escala "de 1 a 6".
Opinou sobre o medo de cair
novamente para a Série B. Contou a respeito da pressão que
sofre no cargo que exerce, elucidou que não há restrição para
jogadores darem entrevistas e
deu sua impressão até sobre a
qualidade do clássico: "Gostei,
mas foi mais ou menos".
A modalidade de auto-entrevista é mais uma tentativa de o
dirigente minimizar os danos
que tem causado com declarações polêmicas. Desde que
mandou um cala-boca para Tite, o que causou o pedido de demissão do treinador, Palaia tem
tentado não repetir a dose e aumentar a turbulência no clube.
Depois, o diretor ficou quase
um mês sem dar entrevistas
-atendeu a um pedido da cúpula palmeirense de evitar se
expor- e contratou um consultor de comunicação para auxiliá-lo no trato com a imprensa.
Porém, ao voltar a falar em
público, Palaia já criou novas
saias-justas no Parque Antarctica. Na semana passada, jogou
a responsabilidade de uma
eventual queda para a segunda
divisão para os jogadores.
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