São Paulo, terça-feira, 27 de outubro de 2009

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Futurologia


Análise do mando de campo, do momento e dos rivais dos postulantes ao título me permite uma previsão ousada

ENTRAMOS NO último quarto do Brasileiro. É o momento em que os jovens torcedores trocam a pilha de suas calculadoras e os mais antigos tiram os ábacos do armário. Sim, caros leitores, é a hora dos números, e eu não vou me furtar à minha obrigação: farei contas equivocadas, cálculos ilógicos e projeções furadas. Vamos a elas: Para começar, digo-vos que dividi os 20 clubes em três grupos. Lá embaixo está a turma do "Estou lutando para não cair", com Fluminense (27), Sport (29), Botafogo (32), Náutico (32) e Santo André (32).
Outro grupo é formado pelos zen-budistas que buscam o caminho do meio, ou seja, nem têm chance de lutar pelo campeonato, nem têm muito medo do rebaixamento. São eles: Atlético-PR (37), Coritiba (39), Santos (41), Barueri (41), Corinthians (42) e três times empatados com 44 pontos: Avaí, Vitória, e Grêmio. O terceiro e mais importante grupo é o "Quero ser campeão", onde há sete times: Palmeiras (54), Atlético-MG (53), Internacional (52), São Paulo (52), Flamengo (51), Cruzeiro (48) e Goiás (47). Entre estes devemos ter não só o campeão mas também os outros três classificados para a Libertadores. Vou concentrar meus esforços numéricos neles.
A primeira coisa a fazer é ver quais os times que jogarão mais vezes em casa. A diferença neste quesito é pequena. Atlético-MG, Flamengo, Internacional e Goiás farão três partidas em seus estádios. Já São Paulo e Cruzeiro terão quatro partidas em seus domínios. E o Palmeiras terá três jogos no Parque Antarctica e um, como mandante, em Presidente Prudente. Ou seja, aqui temos vantagem para São Paulo e Cruzeiro, com o Palestra um pouco atrás.
Também é interessante ver quem está num bom ou num mau momento. Para isso peguei as quatro últimas partidas de cada time (duas em casa e duas fora) e vi quantos pontos eles fizeram.
Neste aspecto, a pior equipe é justamente o líder Palmeiras, que fez apenas um ponto nas últimas quatro partidas. O Goiás não está muito melhor: conseguiu apenas dois pontos. O São Paulo obteve quatro. O Atlético-MG ficou na média: seis.
Em ascensão temos Internacional (8), Flamengo (10) e Cruzeiro, que venceu seus últimos quatro jogos. Por fim, um terceiro número interessante é o que mostra a qualidade dos times que os aspirantes ao título enfrentarão. Para chegar a este número somei os pontos dos próximos adversários de cada clube. Pude ver que o caminho mais árduo será o do Goiás. Seus oponentes somam 325 pontos, sendo que quatro deles são concorrentes diretos: Atlético-MG, Palmeiras, Flamengo e São Paulo.
O segundo pior caminho é do alvinegro mineiro. Ele enfrentará 310 pontos, dez a mais que o Flamengo.
O São Paulo fica no meio, em quarto lugar (289 pontos). O Inter não percorrerá uma trilha terrível: seus inimigos têm 280 pontos. O líder Palmeiras terá que lutar contra times que valem 274 pontos. E o caminho mais fácil, bem mais fácil, é o do Cruzeiro, que enfrentará equipes que representam apenas 247 pontos.
Pois bem, depois de todos estes números, de todos estes cálculos exatos e comparações precisas, arrisco-me a fazer a ousada previsão: o Fluminense não será campeão.
E tenho dito!

torero@uol.com.br


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