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Dualib divaga em "auto-entrevista"
DA REPORTAGEM LOCAL
E DO PAINEL FC
A cena se passa no gabinete do
presidente corintiano, Alberto
Dualib. Ele chama a secretária e
começa a fazer perguntas a si
mesmo. E as responde em seguida. A funcionária do cartola digita
tudo. No final das contas, Dualib
elabora um questionário com 11
questões sobre o primeiro ano da
parceria com a MSI, ao qual a reportagem da Folha teve acesso.
Na avaliação do presidente corintiano, o acordo com a empresa
chefiada pelo iraniano Kia Joorabchian foi "altamente positivo".
Conselheiros e dirigentes do
clube receberam cópia da "auto-entrevista" de Dualib na última
quinta-feira. A estratégia dele foi
tentar amenizar o clima tenso
provocado pelos atritos com o
parceiro na reta final do Brasileiro
para não prejudicar o time que
hoje pode conquistar o título.
Dualib deixou de lado as divergências com a MSI e ignorou os
principais atritos que diz ter com
o fundo de investimento, como a
dívida do clube com o atacante
Luizão, que bloqueou as receitas
do departamento de futebol e cobra, na Justiça, R$ 8,9 milhões.
Ele também não cita em sua auto-entrevista suas queixas sobre o
não-cumprimento do contrato da
empresa de Kia com o clube. De
acordo com dirigentes corintianos, a MSI deve ao Corinthians R$
25 milhões para o pagamento de
despesas. A parceira rebate dizendo que está em dia com as contas
e que tem cumprido o contrato.
O presidente corintiano também afirma que não é "refém do
parceiro, como alguns afirmam,
tanto que estamos na terceira parceria". "As duas anteriores deram
excelentes resultados e estamos
indo muito bem com a atual."
Na maior parte das respostas,
Dualib exalta seu trabalho à frente
do Corinthians. "Tudo é conseqüência de uma administração
eficiente, que resulta em parcerias
bem-sucedidas. Em 15 anos de
gestão, foram 14 títulos."
O dirigente ainda falou exaustivamente dos jogadores formados
nas categorias de base do clube.
Segundo ele, os milionários atletas contratados pela MSI jamais
teriam sucesso não fossem os pratas da casa. Dualib também ignora o turbulento momento político
no clube, que terá eleição presidencial em fevereiro de 2006.
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