São Paulo, domingo, 27 de novembro de 2005

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Dualib divaga em "auto-entrevista"

DA REPORTAGEM LOCAL
E DO PAINEL FC


A cena se passa no gabinete do presidente corintiano, Alberto Dualib. Ele chama a secretária e começa a fazer perguntas a si mesmo. E as responde em seguida. A funcionária do cartola digita tudo. No final das contas, Dualib elabora um questionário com 11 questões sobre o primeiro ano da parceria com a MSI, ao qual a reportagem da Folha teve acesso.
Na avaliação do presidente corintiano, o acordo com a empresa chefiada pelo iraniano Kia Joorabchian foi "altamente positivo".
Conselheiros e dirigentes do clube receberam cópia da "auto-entrevista" de Dualib na última quinta-feira. A estratégia dele foi tentar amenizar o clima tenso provocado pelos atritos com o parceiro na reta final do Brasileiro para não prejudicar o time que hoje pode conquistar o título.
Dualib deixou de lado as divergências com a MSI e ignorou os principais atritos que diz ter com o fundo de investimento, como a dívida do clube com o atacante Luizão, que bloqueou as receitas do departamento de futebol e cobra, na Justiça, R$ 8,9 milhões.
Ele também não cita em sua auto-entrevista suas queixas sobre o não-cumprimento do contrato da empresa de Kia com o clube. De acordo com dirigentes corintianos, a MSI deve ao Corinthians R$ 25 milhões para o pagamento de despesas. A parceira rebate dizendo que está em dia com as contas e que tem cumprido o contrato.
O presidente corintiano também afirma que não é "refém do parceiro, como alguns afirmam, tanto que estamos na terceira parceria". "As duas anteriores deram excelentes resultados e estamos indo muito bem com a atual."
Na maior parte das respostas, Dualib exalta seu trabalho à frente do Corinthians. "Tudo é conseqüência de uma administração eficiente, que resulta em parcerias bem-sucedidas. Em 15 anos de gestão, foram 14 títulos."
O dirigente ainda falou exaustivamente dos jogadores formados nas categorias de base do clube. Segundo ele, os milionários atletas contratados pela MSI jamais teriam sucesso não fossem os pratas da casa. Dualib também ignora o turbulento momento político no clube, que terá eleição presidencial em fevereiro de 2006.


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