São Paulo, domingo, 27 de novembro de 2005

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FUTEBOL

Paixão 10, razão 0

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

Movido a paixão, só por isso o futebol é o que é. Com todos os exageros a que tem direito.
Exageros, diga-se, menos comuns entre os leitores desta Folha e regra entre os internautas blogueiros (uma experiência fascinante).
Mas este é o espaço dos leitores da Folha.
Dois deles reclamaram da parcialidade do colunista, corintiano assumido (que, por sinal, vive apanhando de outros corintianos por ser contra a parceria com a MSI, o que não significa que apoie a alternativa ainda mais perigosa que a direção do clube está parindo, com gente do tipo "anões do orçamento").
Um leitor até ameaçou deixar de assinar o jornal, crime que cometeria contra ele mesmo. Deixar de ler Rossi, Cony, Janio, Torero, Couto, Rodrigues, Nassif, Kennedy, Tostão, tantos, só por causa de um reles alvinegro? Ora bolas, é tão mais fácil ignorar este cantinho aos domingos e às segundas!
Mas do que se queixa o incomodado assinante, torcedor do Santos? Que aqui foi escrito que no jogo repetido entre o time dele e o meu quem mais prejuízos teve foi o time da capital. Pois foi.
Já o outro reclamante deu-se ao trabalho de pesquisar todas as 17 colunas escritas desde a minha volta ao jornal. E constatou, com razão, que ou tratam de política esportiva ou falam do Corinthians.
Falar dos bastidores do futebol é uma das missões desta coluna, coisa explicitada desde a reestréia. Há quem não goste, bem sei, que prefere que se fale apenas do jogo. Felizmente não é a linha da Folha e nem a posição de seu leitorado, algo que uma pesquisa do Datafolha revelou tempos atrás.
Não terá sido por outra razão, aliás, que para cá voltei a ser convidado, o que custa ao jornal, entre outras coisas, passar a ser visto como inimigo da CBF, por exemplo .
Posto isso, resta a pergunta: mas precisa falar tanto do Corinthians? Precisar não precisa, de fato, como diz aquela campanha de cartão crédito que quando feita por "jornalistas" perde o crédito.
Quis o destino, por sorte ou desdita, que desde a volta da coluna, em 26 de setembro último, o Campeonato Brasileiro, em sua reta final, tem como líder o tal Corinthians, clube da preferência da grande maioria do Estado onde este jornal é editado.
O que obriga outra pergunta: escrever sobre os jogos de quem, aos domingos e segundas-feiras?
Ainda mais que, agora por sorte, nenhum dos grandes paulistas corre o risco de cair.
Quem é mais notícia neste exato momento?
Não, nem se está reclamando dos leitores, até porque tão poucos como mereço, nem retirando deles o direito de descer o pau. São os leitores, ouvintes, telespectadores, internautas, os verdadeiros patrões dos jornalistas, sem aspas.
Tampouco se trata de explicar o inexplicável.
Na verdade, que ironia, acabou nem sobrando espaço para falar do grande jogo de hoje.
Qual? Ora, Brasiliense x Figueirense, é claro. Aposto que o alvinegro ganha. E de muito.

A seleção da coluna
Minha seleção do Brasileirão é: Fábio Costa, Paulo Baier, Gamarra, Lugano e Jorge Wagner; Tinga, Arouca, Petkovic e Marcinho; Carlitos Tevez e Rafael Sobis. Tevez foi o melhor jogador, Sobis a revelação e Muricy o técnico. Este colunista nem sequer foi convidado a votar na seleção da festa da CBF. No que os organizadores fizeram bem: se fosse, não votaria, como não vota na do COB.

Kirratas
Um "mais" em lugar de "mas" foi só (?!) um dos erros da última coluna. Mas tem mais. O Barão Masoch, e não "Masoc", morreu em 1895 e não em "1985". E onde você leu que o Brasil recebeu "deserdados", o colunista quis dizer degredados. E ainda faltam oito colunas para as férias...!


@ - blogdojuca@uol.com.br


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