|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Paixão 10, razão 0
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
Movido a paixão, só por isso
o futebol é o que é. Com todos os exageros a que tem direito.
Exageros, diga-se, menos comuns entre os leitores desta Folha
e regra entre os internautas blogueiros (uma experiência fascinante).
Mas este é o espaço dos leitores
da Folha.
Dois deles reclamaram da parcialidade do colunista, corintiano
assumido (que, por sinal, vive
apanhando de outros corintianos
por ser contra a parceria com a
MSI, o que não significa que
apoie a alternativa ainda mais
perigosa que a direção do clube
está parindo, com gente do tipo
"anões do orçamento").
Um leitor até ameaçou deixar
de assinar o jornal, crime que cometeria contra ele mesmo. Deixar
de ler Rossi, Cony, Janio, Torero,
Couto, Rodrigues, Nassif, Kennedy, Tostão, tantos, só por causa
de um reles alvinegro? Ora bolas,
é tão mais fácil ignorar este cantinho aos domingos e às segundas!
Mas do que se queixa o incomodado assinante, torcedor do Santos? Que aqui foi escrito que no jogo repetido entre o time dele e o
meu quem mais prejuízos teve foi
o time da capital. Pois foi.
Já o outro reclamante deu-se ao
trabalho de pesquisar todas as 17
colunas escritas desde a minha
volta ao jornal. E constatou, com
razão, que ou tratam de política
esportiva ou falam do Corinthians.
Falar dos bastidores do futebol é
uma das missões desta coluna,
coisa explicitada desde a reestréia. Há quem não goste, bem sei,
que prefere que se fale apenas do
jogo. Felizmente não é a linha da
Folha e nem a posição de seu leitorado, algo que uma pesquisa do
Datafolha revelou tempos atrás.
Não terá sido por outra razão,
aliás, que para cá voltei a ser convidado, o que custa ao jornal, entre outras coisas, passar a ser visto
como inimigo da CBF, por exemplo .
Posto isso, resta a pergunta: mas
precisa falar tanto do Corinthians? Precisar não precisa, de
fato, como diz aquela campanha
de cartão crédito que quando feita por "jornalistas" perde o crédito.
Quis o destino, por sorte ou desdita, que desde a volta da coluna,
em 26 de setembro último, o Campeonato Brasileiro, em sua reta final, tem como líder o tal Corinthians, clube da preferência da
grande maioria do Estado onde
este jornal é editado.
O que obriga outra pergunta: escrever sobre os jogos de quem, aos
domingos e segundas-feiras?
Ainda mais que, agora por sorte, nenhum dos grandes paulistas
corre o risco de cair.
Quem é mais notícia neste exato
momento?
Não, nem se está reclamando
dos leitores, até porque tão poucos
como mereço, nem retirando deles o direito de descer o pau. São os
leitores, ouvintes, telespectadores,
internautas, os verdadeiros patrões dos jornalistas, sem aspas.
Tampouco se trata de explicar o
inexplicável.
Na verdade, que ironia, acabou
nem sobrando espaço para falar
do grande jogo de hoje.
Qual? Ora, Brasiliense x Figueirense, é claro. Aposto que o alvinegro ganha. E de muito.
A seleção da coluna
Minha seleção do Brasileirão é: Fábio Costa, Paulo Baier, Gamarra,
Lugano e Jorge Wagner; Tinga, Arouca, Petkovic e Marcinho; Carlitos Tevez e Rafael Sobis. Tevez foi o melhor jogador, Sobis a revelação e Muricy o técnico. Este colunista nem sequer foi convidado a votar na seleção da festa da CBF. No que os organizadores fizeram bem:
se fosse, não votaria, como não vota na do COB.
Kirratas
Um "mais" em lugar de "mas" foi só (?!) um dos erros da última coluna. Mas tem mais. O Barão Masoch, e não "Masoc", morreu em 1895
e não em "1985". E onde você leu que o Brasil recebeu "deserdados",
o colunista quis dizer degredados. E ainda faltam oito colunas para as
férias...!
@ - blogdojuca@uol.com.br
Texto Anterior: Maioria esmagadora crê no vice-líder Próximo Texto: Ginástica: Ouro de Diego ameniza ciúme na seleção Índice
|