São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006

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Seleção de vôlei pega "inimigo íntimo"

Equipe masculina duela na madrugada de amanhã contra a Itália, país no qual jogam quase todos os atletas do Brasil

A Itália eliminou o Brasil nos Mundiais de 1990 e 1998, mas a seleção nacional deu o troco em 2002, tirando o rival nas quartas-de-final

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil já enfrentou adversários altos, com saques potentes, outros habilidosos, que defendem muito, quebrou tabu contra seu maior algoz, caiu e quase atingiu a perfeição. Amanhã, às 4h, no entanto, terá um adversário novo pela frente em seu maior teste até agora no Mundial: a rivalidade.
Tensão, provocações de ambos os lados, na quadra e no banco de reservas, duelos em momentos decisivos marcam os confrontos da seleção do técnico Bernardinho com a Itália nos últimos seis anos. Características que transformam os europeus em arqui-rivais dos brasileiros no vôlei.
"A rivalidade acabou ficando maior do que com a Argentina. Isso acontece porque jogamos quase todos na Itália, conhecemos todos os jogadores e temos amizade com alguns", comentou o meio-de-rede Gustavo.
"Precisamos ter muita agressividade e tranqüilidade, tentar botar pressão para que sintam que somos o Brasil que conquistou todas essas medalhas até agora", completou. A Itália eliminou a seleção nas semifinais dos Mundiais de 1990 e 1998. Em 2002, os brasileiros deram o troco nas quartas-de-final e levaram o ouro.
A rivalidade e o momento decisivo no Mundial do Japão -se perder, o time praticamente dá adeus às semifinais- já seriam suficientes para tornar a partida de amanhã complicada para o Brasil. Mas a campanha dos italianos deixa o confronto ainda mais competitivo.
Após cair na final dos Jogos de Atenas-2004 diante dos brasileiros, a Itália entrou em crise. Nas duas últimas edições da Liga Mundial, não chegou à fase final com as próprias forças -neste ano, só avançou graças a convite da federação internacional e deu um vexame.
O cenário começou a mudar em setembro. Em uma reunião em Veneza, o técnico Gianpaolo Montali propôs um pacto aos atletas para voltarem ao topo. Até agora deu resultado. A seleção européia perdeu só um jogo, para a invicta Bulgária. "A Itália está organizada depois dessa reunião, e os jogadores dele são sempre perigosos", afirmou o ponta Giba.
"Não houve um jogo que tenhamos vencido facilmente contra a Itália. Precisamos estar preparados para isso: 3 a 2 suado até o fim", completou o meio-de-rede Gustavo. Os brasileiros fizeram a mesma campanha que os italianos, mas a única derrota abalou o grupo. Depois de perder para a França, a seleção conseguiu se recuperar. No entanto, ontem voltou a mostrar deficiências.
Contra a quase eliminada República Tcheca, a equipe sofreu para superar os saques fortes e manter a concentração. Venceu por 3 sets a 0 (25/22, 25/20 e 26/24), mas deixou a quadra com sensação diferente daquela contra os EUA, anteontem, em que foi quase perfeita.
"Temos de estudar e ver o que podemos fazer melhor", afirmou Bernardinho, referindo-se à mudança tática dos tchecos, que jogaram com Hudecek na ponta e não na posição de oposto que ocupava.
A seleção tem um dia para encontrar seus erros e se preparar para a Itália. Amanhã, em Hiroshima, testa quem conseguiu melhor recuperação.


BRASIL - Ricardinho, Giba (12), Dante (11), Gustavo (10), André Heller (8), André Nascimento (4) e Escadinha, Marcelinho, Murilo, Anderson (8); REPÚBLICA TCHECA - Tichacek, Lebl (9), Popelka (12), Hudecek (10), Rak (4), Platenik (7) e Obdrzalek, Novotny (5), Stokr, Zadrazil, Zapletal, Konecny

NA TV - Brasil x Itália
Globo e Sportv, às 4h de amanhã



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