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No DF, COB compara e ignora dinheiro estatal
Comitê conta só verba da Lei Piva, deixa de lado outras formas de apoio do governo e diz que outros países investem mais no esporte
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em audiência pública ontem
na Câmara dos Deputados, o
presidente do Comitê Olímpico
Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, ignorou grande parte de
verba estatal ao esporte para
afirmar que países como Austrália, Grã-Bretanha, Alemanha e China investiram muito
mais para alcançar resultados.
O COB argumentou que aplicou em suas atividades e nos
programas das confederações
esportivas nacionais um total
de R$ 288 milhões (ou US$ 133
milhões no quadriênio).
A entidade apontou que a
Austrália aplicou US$ 550 milhões no mesmo período, contra US$ 1 bilhão da Grã-Bretanha, US$ 1,2 bilhão da Alemanha e US$ 2 bilhões da China.
Mas, se forem considerados,
além da Lei Piva, os patrocínios
estatais, a lei de incentivos fiscais, o programa Bolsa Atleta e
convênios fechados diretamente com o Ministério do Esporte
a soma investida no esporte de
alto rendimento no período ultrapassa R$ 1,2 bilhão. Ou seja,
igualaria o valor em dólares investido pelos australianos.
Na Olimpíada de Pequim, o
Brasil amargou uma 23ª colocação, com três ouros e 17 medalhas. Já a Austrália ficou no
sexto posto na classificação,
com 14 ouros e 46 medalhas.
Outro tema explorado durante a audiência, na qual estavam presentes presidentes de
confederações patrocinadas
por estatais (desportos aquáticos, vôlei, atletismo e handebol), foi sua polêmica reeleição,
no início do mês passado.
No comando do COB desde
1995, Nuzman não foi em nenhum momento pressionado
pelos parlamentares, mas, logo
em sua apresentação inicial,
apressou-se em justificar a recente reeleição até 2012.
Nuzman disse que foram
cumpridos todos os prazos legais para comunicar os presidentes de confederações (eleitores) sobre o pleito. "Então essa eleição foi uma eleição meramente para consagrar uma chapa de candidatura única."
No início de outubro, sem o
apoio das confederações de tênis de mesa e de badminton,
Nuzman foi reeleito para seu
quarto mandato. Foi a primeira
vez que não obteve a unanimidade na eleição. Essa eleição foi
convocada às pressas e não
contou com chapa de oposição.
Ele justificou a longevidade
dele e de presidentes de confederações nos cargos como uma
única forma para obter "prestígio" internacional. "A experiência e a participação de um
dirigente na área internacional,
no mínimo, ele tem que ter, no
mínimo, 12 anos [no cargo]."
Nuzman completou: "Todos
têm um tempo superior a isso
para poder ter esse prestígio.
Senão é problema. Eu não vou
dizer aqui as influências que
têm dentro da política de uma
entidade internacional".
Colaborou RODRIGO MATTOS,
da Reportagem Local
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