São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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Investidores "adotam" base do Santos

Após trazer estrangeiros e sofrer com contrato de gaveta, grupo anuncia parceria com clube em que já atua com jovens

DIS, que no começo do ano comprou 25% dos direitos de 5 jogadores do Santos, promete 4 reforços para o time na próxima temporada


RICARDO PERRONE
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A DIS, do mesmo dono da rede de supermercados Sonda, já se instalou nas categorias de base do Santos, menina dos olhos da diretoria e dos conselheiros desde a revelação da geração de Diego e Robinho.
A empresa, que agora acena com uma parceria para reforçar o clube da Vila em 2009, comprou, por cerca de 1,2 milhão, no começo deste ano, 25% dos direitos de cinco jogadores revelados no clube.
Segundo Thiago Ferro, diretor da DIS, a investidora fincou bandeira na categoria de base antes até de levar ao clube, em fevereiro, os estrangeiros Molina, Quiñonez, Trípodi e Sebastián Pinto -destes, só Molina é titular. Trípodi foi emprestado, e Pinto já deixou o clube.
Um dos jogadores envolvidos na transação com a DIS foi o atacante Tiago Luís. Ferro e Adilson Durante, diretor de futebol do Santos, não disseram o nome dos outros atletas.
A empresa, porém, já encarou contratempos no time. Alemão, um dos escolhidos do grupo, saiu do clube alegando que seu novo contrato era de gaveta -não fora registrado. Atleta e clube discutem a questão na Justiça, e a DIS ganhou o direito de escolher outro jogador.
O Santos já recebeu o dinheiro da parceira, mas só agora os contratos que oficializam a empresa como dona de parte dos atletas serão assinados.
Os laços entre as duas partes estão mais fortes desde anteontem, quando Delcir Sonda, dono dos supermercados, foi ao clube e acertou com o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, que colocará mais atletas na equipe no próximo ano.
Ele ainda defendeu a permanência de Márcio Fernandes, atual treinador e conhecedor das categorias de base do Santos, onde trabalhava até substituir Cuca. "A escolha do técnico é exclusiva da diretoria. Ele [Sonda] pode opinar, mas a decisão é nossa", disse Durante.
"Não será parceria formal como a da Traffic com o Palmeiras. Seremos parceiros pontuais em alguns jogadores", falou Ferro, admitindo que a DIS deve trazer ao clube quatro atletas, só um de renome. "A preferência é em jovens talentos, que têm mercado maior."
"Chegamos à conclusão de que é melhor não investir num só time. Temos de pulverizar os riscos. Além disso, atuar num só clube gera um desgaste maior com a diretoria e a imprensa", completou o diretor.
"É uma parceria interessante. O Santos hoje não dispõe de espécie para investir. Se der certo, eles ganham, e o time também [por ter participação no negócio]", avaliou Durante.
Diferentemente quando da vinda dos estrangeiros, ele disse que agora o clube terá mais tempo para planejar e analisar o mercado. "Eles não vão impor nome de atletas, como nós não vamos obrigá-los a trazer ninguém", disse o cartola.
"O objetivo é montar um time competitivo para 2009. Este ano foi atípico para nós, não estamos contentes", completa.
A DIS tem 70 atletas espalhados por times do país. Inter, clube de coração de Delcir, que contratou D'Alessandro, e Corinthians são os que têm laços mais estreitos com o grupo.


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