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Investidores "adotam" base do Santos
Após trazer estrangeiros e sofrer com contrato de gaveta, grupo anuncia parceria com clube em que já atua com jovens
DIS, que no começo do ano comprou 25% dos direitos de 5 jogadores do Santos, promete 4 reforços para o time na próxima temporada
RICARDO PERRONE
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL
A DIS, do mesmo dono da rede de supermercados Sonda, já
se instalou nas categorias de
base do Santos, menina dos
olhos da diretoria e dos conselheiros desde a revelação da geração de Diego e Robinho.
A empresa, que agora acena
com uma parceria para reforçar o clube da Vila em 2009,
comprou, por cerca de 1,2 milhão, no começo deste ano,
25% dos direitos de cinco jogadores revelados no clube.
Segundo Thiago Ferro, diretor da DIS, a investidora fincou
bandeira na categoria de base
antes até de levar ao clube, em
fevereiro, os estrangeiros Molina, Quiñonez, Trípodi e Sebastián Pinto -destes, só Molina é
titular. Trípodi foi emprestado,
e Pinto já deixou o clube.
Um dos jogadores envolvidos
na transação com a DIS foi o
atacante Tiago Luís. Ferro e
Adilson Durante, diretor de futebol do Santos, não disseram o
nome dos outros atletas.
A empresa, porém, já encarou contratempos no time. Alemão, um dos escolhidos do grupo, saiu do clube alegando que
seu novo contrato era de gaveta
-não fora registrado. Atleta e
clube discutem a questão na
Justiça, e a DIS ganhou o direito de escolher outro jogador.
O Santos já recebeu o dinheiro da parceira, mas só agora os
contratos que oficializam a empresa como dona de parte dos
atletas serão assinados.
Os laços entre as duas partes
estão mais fortes desde anteontem, quando Delcir Sonda,
dono dos supermercados, foi
ao clube e acertou com o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, que colocará mais atletas
na equipe no próximo ano.
Ele ainda defendeu a permanência de Márcio Fernandes,
atual treinador e conhecedor
das categorias de base do Santos, onde trabalhava até substituir Cuca. "A escolha do técnico é exclusiva da diretoria. Ele
[Sonda] pode opinar, mas a decisão é nossa", disse Durante.
"Não será parceria formal
como a da Traffic com o Palmeiras. Seremos parceiros
pontuais em alguns jogadores",
falou Ferro, admitindo que a
DIS deve trazer ao clube quatro
atletas, só um de renome. "A
preferência é em jovens talentos, que têm mercado maior."
"Chegamos à conclusão de
que é melhor não investir num
só time. Temos de pulverizar
os riscos. Além disso, atuar
num só clube gera um desgaste
maior com a diretoria e a imprensa", completou o diretor.
"É uma parceria interessante. O Santos hoje não dispõe de
espécie para investir. Se der
certo, eles ganham, e o time
também [por ter participação
no negócio]", avaliou Durante.
Diferentemente quando da
vinda dos estrangeiros, ele disse que agora o clube terá mais
tempo para planejar e analisar
o mercado. "Eles não vão impor nome de atletas, como nós
não vamos obrigá-los a trazer
ninguém", disse o cartola.
"O objetivo é montar um time competitivo para 2009. Este ano foi atípico para nós, não
estamos contentes", completa.
A DIS tem 70 atletas espalhados por times do país. Inter,
clube de coração de Delcir, que
contratou D'Alessandro, e Corinthians são os que têm laços
mais estreitos com o grupo.
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