São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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FUTEBOL

Libertadores é/são Libertadores


O nobre torneio continental perde em muitas coisas para a Copa dos Campeões, mas ganha, talvez, no essencial

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

PODERIA falar mais hoje da Copa dos Campeões, com seus grupos bem definidos e a uma rodada do mata-mata, mas visto, literalmente, a camisa da Libertadores enquanto escrevo a coluna. Desembarco do Paraguai ainda mais fã do torneio com o nome mais lindo.
Patrocinadores, dirigentes e convidados no sorteio da Libertadores se referiam elogiosamente à disputa como a ""melhor da região". Verdade, claro, porém a tentativa com pompa de tornar a lendária competição cada vez mais parecida com a Copa dos Campeões é boa só até a página 9.
Economicamente e tecnicamente, são dois mundos diferentes hoje. No entanto a relação afetiva dos participantes com a disputa é no mínimo igual. Algumas peculiaridades da Libertadores resistem ao tempo e à modernidade, o que a preserva desafiadora. Estádios precários, certa desorganização, desejo de vencer a qualquer custo, arranjos de última hora, viagens malucas, dias e horários diferentes das partidas... A competição tem valor muito superior ao que os patrocinadores pagam. Aliás, vários espanhóis prestigiaram o sorteio da Libertadores, mas eles não a compreendem bem, não a sentem.
A Champions League nunca será Libertadores. Não por ter clubes milionários ou por não encarar altitude, calor insuportável, arames farpados e escudos na beira do campo. Não será simplesmente porque a Libertadores tem identidade própria, histórias e mitos que só ela é capaz de produzir. Não é uma vitrine como a Copa dos Campeões. Ela é o que está por trás da vitrine, a luta, o suor, a guerra diária que torna a conquista mais saborosa. É prova de valor, de brio. Exige o tal do ""Olho do Tigre".
Bom, como dizem que tratamos mal quem mais gostamos: o sorteio foi chocho pela indefinição de times, a ""seleção" montada pelo patrocinador é uma furada (sem zaga e sem critério), as ausências de Guerrón, Zito (confirmado) e Pelé foram lamentáveis, o troféu de Romero Britto para o MVP é tão colorido quanto boboca e não deviam encher a sede da Conmebol com bandeiras da Espanha. Sou neto de espanhol e curto o país, mas viva a/os Libertadores!

CHAMPIONS É CHAMPIONS
Dos candidatos à surpresa na Copa dos Campeões, só o Anorthosis respira mesmo. Será ele melhor que Aurora, Boyacá Chicó e U. Sucre?

SURUGA É SURUGA
Se o Inter vencer a Sul-Americana, não jogará a Libertadores-09. Mas estará garantido na Copa Suruga Bank (?), no Japão (??), contra o Oita Trinita (???), no dia 5 de agosto, bem no meio do Brasileiro (????).

BRASILEIRO É BRASILEIRO
Vi ao menos seis paraguaios com camisas do São Paulo, o virtual tri por aqui, nas ruas de Assunção entre segunda e ontem. Só perdeu em camisas na rua para a seleção local.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br



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