São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

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JUCA KFOURI

Só faltou gol no Morumbi


Os mais de 41 mil torcedores mereciam, assim como tricolores e alvinegros, pelo menos um golzinho

QUASE aconteceu de novo: por pouco, o pior Corinthians não venceu o melhor São Paulo, como no Brasileirão.
Embora com menos posse de bola, o alvinegro só não saiu vitorioso do Morumbi, com mais de 41 mil pagantes ontem, porque Finazzi perdeu um gol imperdível logo no começo da partida.
E porque, também, Lulinha desperdiçou um presente de Rogério Ceni com a meta vazia.
E porque, ainda, o travessão evitou um gol de Alessandro.
E porque, finalmente, o mesmo Lulinha foi fominha e não passou para Finazzi num contra-ataque no fim do jogo.
Sim, as chances agudas de gol foram essas no clássico. Todas do Corinthians.
É verdade que Dagoberto foi vítima de um pênalti não marcado em jogada tão infantil de Chicão que o árbitro inverteu a falta, como se não acreditasse que o zagueiro corintiano pudesse tê-la cometido. E é verdade que Adriano teve gol anulado, por se apoiar em William, em lance que cabe discussão e que a arbitragem brasileira tende a considerar faltoso, diferentemente da européia, à qual o Imperador está, naturalmente, mais habituado.
Mas só faltou gol no clássico, que cumpriu o que prometia.
Numa tarde outonal do verão paulistano, o clima ajudou para que o jogo fosse corrido, bem disputado, leal e capaz de sinalizar, ao menos, um Corinthians organizado e um São Paulo entre o frustrado e o confuso.
Confuso porque perdeu um Richarlyson precioso pelo meio para não ganhar outro pela ala. E frustrado porque não pôde escalar suas torres gêmeas, já que Aloísio foi vetado.
Claro que esta é uma experiência com chances iguais de dar certo e de dar errado, como aconteceu com Ronaldo e Adriano na Copa da Alemanha, apesar de Aloísio ter muito mais facilidade para jogar de costas e como pivô e de Adriano estar muito mais magro.
Já o Corinthians organizado e com cara de time como há tempos não se via é ainda uma aposta que está sendo vencida pela defesa, porque o ataque vive de espasmos, não só por falta de um armador como, também, porque é improvável que Finazzi e Acosta venham, um dia, a formar uma dupla.

O sucesso da Ponte
Por enquanto o primeiro brilho fica por conta da Ponte Preta, 12 pontos em quatro jogos. Conquistados contra adversários fracos, alguém dirá.
Sem dúvida, mas, entre eles, o São Caetano, que ganhou do Corinthians, o Mirassol, que empatou com o Palmeiras, e o Ituano, que empatou com o São Paulo e ganhou da Portuguesa.
E tudo, segundo é voz corrente em Campinas, graças ao trabalho do ex-goleiro e hoje técnico Sérgio Guedes, ele que foi ídolo do Santos e chegou à seleção brasileira de Falcão, no começo dos anos 90. Mais um ex-arqueiro que se transformará em bom treinador?
Tomara que sim, como tomara que a Ponte Preta reencontre seu caminho, assim como o Guarani, dois clubes que deram a Campinas o título de capital do futebol brasileiro em fins dos anos 70.

blogdojuca@uol.com.br


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