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Sérvio vira e vence a final inesperada
Novak Djokovic triunfa no Aberto da Austrália na primeira decisão de um Grand Slam sem Federer ou Nadal desde 2005
Adversário reclama de "cera" do campeão, que dá a seu país a primeira conquista em um dos quatro principais torneios do tênis mundial
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma lista de feitos estava em
jogo ontem, na final do Aberto
da Austrália. O sérvio Novak
Djokovic, 20, buscava o primeiro título de Grand Slam de seu
país. Já Jo-Wilfried Tsonga, 22,
tentava um troféu inédito para
os franceses, que nunca venceram a competição australiana
na era aberta (a partir de 1968).
Favorito, Djokovic levou a
melhor, com vitória por 3 a 1
(4/6, 6/4, 6/3 e 7/6), de virada.
"É uma sensação indescritível.
Um torneio de Grand Slam é
especial. Dura duas semanas.
Os melhores jogadores estão
aqui. E, no final, apenas um é o
vencedor. Ainda não me dei
conta do que fiz", disse Djokovic, após assegurar o principal
triunfo de sua carreira de cinco
anos no circuito internacional.
Com a vitória, o sérvio atinge
5.165 pontos no ranking mundial e mantém o terceiro posto.
Se não é suficiente para ameaçar Roger Federer e Rafael Nadal, os dois primeiros colocados, o sérvio ao menos mostra
que o circuito mundial poderá
ser mais competitivo neste ano.
Afinal, a decisão de ontem foi
a primeira de um torneio de
Grand Slam sem a presença de
Federer ou Nadal desde o próprio Aberto da Austrália de
2005, quando Marat Safin derrotou Lleyton Hewitt por 3 a 1.
Apesar do triunfo, Djokovic
mostrou modéstia em relação à
façanha de ontem. "Não é possível que a história do tênis mude em razão de apenas um torneio. Joguei muito bem aqui e
mereci ganhar. Mas tenho certeza de que o Federer voltará
com tudo", declarou o tenista.
Para chegar à decisão, o sérvio eliminou o suíço nas semifinais, com inapeláveis 3 sets a 0.
Foi uma vingança pelo fiasco
em sua primeira decisão de
Grand Slam. No Aberto dos
EUA, em agosto, caiu diante de
Federer também por 3 sets a 0.
Tsonga, apelidado de Muhammad Ali por sua semelhança com o ex-pugilista, não ficou
atrás. Apenas 38º do mundo e
azarão, bateu o espanhol Nadal,
na outra semifinal, por 3 a 0.
Ontem, no papel de franco-atirador, entrou relaxado. Com
bom jogo no fundo de quadra,
mostrou que a zebra poderia
ser maior do que nas semifinais
-se vencesse, igualaria feito de
Gustavo Kuerten, conquistando em um Grand Slam seu primeiro título no circuito da ATP.
"É uma sensação estranha
ser favorito em uma final de
Grand Slam. Sempre é perigoso
jogar contra alguém que não
tem nada a perder", analisou
Djokovic, após o confronto.
O sérvio se soltou somente a
partir de metade do segundo
set, quando encaixou o saque e
tirou a concentração do francês
ao "atrasar" seu serviço.
"É complicado porque, após
cada ponto, você tem 25 segundos para jogar. Quando passam
40 segundos, o juiz tem que fazer algo", reclamou Tsonga.
Mesma estratégia foi seguida
no set seguinte, quando Djokovic conseguiu quebrar o serviço
do francês no sétimo game. A
partir daí, o sérvio apenas manteve a vantagem para fechar.
Os tenistas mostraram um
pouco de cansaço na parcial
derradeira. Ambos fizeram um
quarto set bastante equilibrado. No entanto, no final, Tsonga errou mais, permitindo o
êxito de Djokovic no tie-break.
Com agências internacionais
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