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São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

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FUTEBOL

Corintiano Geninho e palmeirense Picerni têm série de derrotas no torneio

Paulista verá semifinal dos técnicos quase campeões

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um deles vai "morrer na praia" de novo. Com Corinthians e Palmeiras em uma das semifinais do Paulista-2003, um treinador que disputa o torneio há décadas vai mais uma vez ver o título escapar bem perto da hora decisiva.
Geninho, 54, e Jair Picerni, 58, têm um longo currículo de participações e decepções no mais importante Estadual do país.
Como jogadores, os dois correram o interior sem nunca saborear o título -o atual técnico palmeirense, pela Ponte Preta, ainda chegou perto: foi vice-campeão.
Depois, como treinadores, a "fila" no Paulista só aumentou.
Juntos, o hoje corintiano Geninho e Picerni dirigiram mais de duas dezenas de clubes em São Paulo. Em todos eles não foram capazes de ganhar a taça estadual, apesar de boas campanhas.
Novamente com a Ponte Preta, Picerni foi vice em 1981. Repetiu a dose em 1984, com o Corinthians, e em 1985, dirigindo a Lusa.
Geninho chegou perto do título em 1988 e na temporada 2001. Em ambas as oportunidades dirigia o Santos e foi eliminado por seu atual clube, o Corinthians.
Ele protagonizou uma das mais dramáticas derrotas do Paulista. Em 2001, pelas semifinais, o Corinthians marcou o gol que eliminou o Santos nos acréscimos.
A chance do primeiro título paulista anima os dois técnicos.
"Enfrentar o Corinthians nesta hora, com toda a tradição e rivalidade do confronto, é a chance que precisamos para mostrar que nosso time está entrando nos eixos. Espero que a gente possa passar pelo Corinthians e ir em frente", diz Picerni, que já foi vice do Brasileiro e da Libertadores.
Já Geninho prefere evitar falar do confronto pessoal com Picerni. "Somos muitos amigos. Jogamos juntos, e um respeita muito o outro. Mas que fique bem claro que o duelo será entre Corinthians e Palmeiras, não entre a gente", afirma o treinador.
Os dois primeiros semifinalistas têm um histórico recente de confrontos decisivos, com o corintiano levando vantagem.
Em 2000, dirigindo o Paraná, Geninho levou a melhor sobre o atual comandante palmeirense, então no São Caetano, na decisão do Módulo Amarelo da Copa JH.
Na temporada seguinte, os dois fizeram uma decisão muito mais importante, e novamente Geninho levou a melhor. Com o Atlético-PR, ele foi campeão brasileiro, batendo na final novamente o São Caetano de Jair Picerni.

Papel trocado
Em seus atuais empregos, Geninho e Picerni comandam times que fogem de suas tradições.
O Corinthians ficou famoso pela raça. Já o Palmeiras entrou para a história com suas "academias".
No Paulista-2003, entretanto, é o Corinthians que se destaca pela técnica e o Palmeiras pela força.
Segundo o Datafolha, o time do Parque São Jorge, que terá a vantagem dos empates na série, leva a melhor em praticamente todos os fundamentos mais técnicos.
O Corinthians, por exemplo, acerta 87% dos passes que tenta. Já o Palmeiras tem precisão de 82%, índice abaixo da média geral da competição estadual.
Os corintianos criam mais oportunidades de gol (15,6 contra 13,7) e fazem mais assistências (três contra apenas uma do rival).
Em compensação, o Palmeiras marca com muito mais força.
A agremiação do Parque Antarctica, por exemplo, é mais violenta do que o Corinthians -são, em média, 28 faltas palmeirenses por partida contra 24 do rival.
Nos desarmes, a vantagem também é do Palmeiras -o time tem, segundo o Datafolha, a média de 126 tentativas por confronto contra 116 do Corinthians.
Pelo calendário inicial, as duas partidas da série semifinal entre Corinthians e Palmeiras serão realizadas quarta-feira e domingo (dias 5 e 9 de março).


Colaboraram Eduardo Arruda e Lúcio Ribeiro, da Reportagem Local


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