|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RÉGIS ANDAKU
Argentina 10 x 1 Brasil
Uma legião consistente garante vitória à Argentina; por aqui, se este ou aquele perde, nada temos a fazer
ERA O PRINCIPAL torneio em casa, no saibro, mais uma vez
disputado no tradicional Buenos Aires Lawn Tennis Club.<
O tempo ajudava, e, em quadra, os
tenistas locais pareciam prontos para fazer sua parte.
Mesmo com a dificuldade em entender essas novas regras, esse sistema novo da ATP, que mistura chave
eliminatória com "round robin" e
mais outra chave, a torcida sabia que
tudo começava bem: das 4 vagas do
qualifying, 3 eram conquistadas por
argentinos (Diego Junqueira, Juan
Pablo Brzezicki e Carlos Berlocq,
precisamente).
Mesmo quando a chave principal
começou, com uma eliminatória
simples para definir os grupos, e esses três tenistas foram eliminados, a
torcida não viu seu maior e mais esperado torneio perder a graça: Guillermo Cañas e Diego Hartfield, ambos bons tenistas locais, classificados sem precisar passar pelo qualifying, venceram e avançaram.
Deu-se então início à fase "round
robin", com todos os tenistas jogando contra todos os outros no grupo
antes de voltar à chave eliminatória
com os quadrifinalistas definidos.
O maior favorito da casa, David
Nalbandian, top ten e para quem a
festa foi armada, decepcionou e perdeu seus dois jogos. Gastón Gaudio,
ex-campeão de Roland Garros, e
Agustín Calleri, outro favorito local,
sucumbiram às dores e abandonaram o torneio. Para piorar, Jose Acasuso, Sergio Roitman, Martin Vassalo-Arguello e Cañas também ficaram pelo caminho nessa fase.
E, pasme, mesmo assim, a festa
em casa ainda não havia acabado para o tênis argentino. Dos oito finalistas, que passaram à disputa no mata-mata, ainda havia três locais.
Nem quando o mais querido deles,
Juan Ignacio Chela, perdeu, nas
quartas, a torcida se viu órfã. Quando o jovem Diego Hartfield caiu nas
semifinais para o inexpressivo italiano Alessio di Mauro, houve, sim,
uma lamentação. Mas apenas porque a final não seria argentina.
Na decisão, no dia seguinte, Juan
Monaco, argentino de 22 anos, nascido em Buenos Aires, conquistava,
para delírio da torcida local, seu primeiro título de ATP Tour. Do primeiro jogo do qualifying à entrega
do troféu por Gabriela Sabatini e
Guillermo Vilas para Monaco, o torcedor argentino se viu representado
e muito bem representado.
Um cenário muito diferente do
que temos por aqui. Se tanto, o brasileiro tem duas ou três esperanças
-se tanto. Por que estamos tão atrás
de nossos vizinhos? Todos sabemos,
mas parecemos fingir ignorar.
Talvez seja a hora de começar a
pensar, com humildade.
Nesta semana, a torcida brasileira
tem apenas um compatriota para
torcer no ATP Tour -o "veterano"
Gustavo Kuerten. Os argentinos,
dez. Enquanto eles ocupam seu
tempo torcendo por bons tenistas
locais, nós temos tempo de sobra para pensar por que nós somos ou estamos tão piores.
AINDA LÁ
Até nas duplas a Argentina fez a
festa: Martin Garcia e Sebastian
Prieto, especialistas, venceram.
EM JOINVILLE
A segunda etapa do Circuito Unimed vai até domingo no Joinville
Tênis Clube, nas categorias 12, 14,
16 e 18 anos, masculino e feminino.
OUTRO LADO
Apesar de a coluna não ter atribuído alguns dos problemas no
Torneio da Costa dos Sauípe à promotora, a Koch Tavares diz não ter
responsabilidade sobre a hospedagem. "Houve alterações de hospedagem do estafe, já previstas no
planejamento. Se houve algum inconveniente a alguém para acompanhar o evento, isso não diz respeito à Koch Tavares, que sempre
primou pela qualidade e excelência
de seus eventos", diz nota à coluna.
reandaku@uol.com.br
Texto Anterior: Pan-07: Grupo terá acesso a dados de consórcio Próximo Texto: O que ver na TV Índice
|