|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pugilista cubano é bem-vindo, diz governo
Ministro da Justiça rebate
acusações de atleta desertor
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Tarso Genro
(Justiça) afirmou que, se o pugilista cubano Erislandy Lara
voltar ao Brasil e pedir asilo, ele
vai conseguir. "Agora ele tem
oportunidade, que venha lutar
no Brasil, peça refúgio, que ele
fica, não tem problema."
Lara e o colega Guillermo Rigondeaux integravam a delegação cubana que veio ao país para o Pan do Rio, em 2007. Os
dois fugiram e ficaram duas semanas escondidos no Rio,
quando foram encontrados,
presos e deportados em menos
de 48 horas. À época, o caso teve grande repercussão, por
conta das condições da deportação, pouco esclarecidas.
Logo após a captura, o chanceler cubano Felipe Pérez Roque disse que Cuba e Brasil
mantiveram contato para "propiciar e organizar" o retorno
dos esportistas, o que é negado
pelo governo brasileiro.
Lara, hoje refugiado nos EUA
com o colega, disse que ele e Rigondeaux não queriam ter deixado o Brasil. A afirmação foi
feita em entrevista publicada
nesta semana em "O Estado de
S. Paulo". A informação vai
contra a posição do Ministério
da Justiça, que diz ter oferecido
asilo aos cubanos, o que teria sido rejeitado por eles. Tarso
manteve o posicionamento.
"Lara não ficou aqui no Brasil
porque não quis, os colegas dele
ficaram", declarou o ministro,
referindo-se a outros cubanos
que pediram asilo e ficaram no
país -Rafael da Costa Capote
(handebol), Michel Fernandez
Garcia (ciclista) e Lazaro Ramirez (treinador de ginástica).
A afirmação de Lara também
contradiz um texto publicado
pelo jornal cubano estatal
"Granma", após a chegada dos
dois ao país. "A Polícia Federal
nos dizia para ficarmos no Brasil, que íamos ter muito mais
dinheiro que em Cuba, que seríamos personalidades e que
nos fariam passaporte para oficialmente ficarmos no Brasil",
teria dito Lara na entrevista.
Ainda de acordo com a reportagem de "O Estado de S.Paulo", Lara declarou que quer voltar ao Brasil e lutar, o que, segundo empresário ligado à carreira do cubano, gostaria que
ocorresse em um ano.
Os dois boxeadores foram
afastados de competições
quando voltaram a Cuba, após a
tentativa frustrada de fuga. Rigondeaux foi impedido de participar dos Jogos Olímpicos de
Pequim, no ano passado.
Segundo relatório produzido
pelo Itamaraty em setembro de
2007, Lara e Rigondeaux ficaram em situação de abandono,
mesmo depois de o então presidente Fidel Castro ter dito que
perdoava os boxeadores.
Em janeiro do ano passado, a
Folha esteve com os dois e confirmou a situação de abandono:
proibidos de treinar com a
equipe nacional, afastados dos
amigos e sem perspectiva de futuro. "É uma tortura psicológica", afirmou, à época, Farah, 31,
mulher de Rigondeaux.
Texto Anterior: Barueri: Clube demite um de seus três treinadores Próximo Texto: Espanhol: Henry diz que a Catalunha "não é a Espanha" Índice
|